Não sabia que rumo seguir. Estava confusa. O caminho em busca dos sonhos se mostrava tão penoso. Parecia mais fácil desistir e escolher o convencional. Não acreditava que seria capaz de ir em frente e essas inquietações, por vezes, faziam-na tremer.
Reviveu sonhos que, com o passar do tempo, haviam sido esquecidos. Pode perceber o quanto era amada e desejada pelos que estavam a sua volta. Viu como se divertia, mexia o corpo e falava sem parar no espelho. Assistiu à menininha, ainda com seus nove anos, escrevendo. Sentada na escrivaninha do quarto, ela lutava para encontrar uma ideia legal para o futuro livro. Viu, também, a menina nadando e acreditando que poderia ser uma esportista. Presenciou a criança nas peças teatrais e relembrou como não tinha medo de se expor. Pode ver como era segura ao dar aulas para prima mais nova, inventar brincadeiras, compor músicas e produzir programas de rádio.
Quando acordou, estava com um sorriso bobo na face. A mulher reencontrou na doce criança, comunicativa e expressiva, um pouco da coragem e da criatividade que estavam adormecidas. Depois disso, decidiu que não poderia frustrar a criança que havia sido. Decidiu seguir em frente. Recuperou a ousadia, a vontade e a alegria dos desejos infantis. Queria, novamente, ver o mundo através dos olhos inquietos da menina que nunca duvidou que era possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário