Às vezes, eu me pergunto o porquê
do jornalismo. O que me motiva a trabalhar? O que me impulsiona, o que me
fascina? O que faz com que eu me dedique muito mais do que as minhas obrigações
empregatícias?
Lembro que uma das minhas
motivações para a escolha do curso foi o gosto que tenho pela escrita e pela
leitura. Porém, ao ingressar na universidade e refletir ainda mais sobre a
minha profissão, percebi que aquilo não era, definitivamente, o que mais
importava. É claro que o ato de ler e escrever sempre estarão atrelados ao
jornalismo e é essencial gostar de se comunicar para exercer a atividade, mas é
bem mais que isso que está em jogo.
A ideia de aprender e estudar
coisas novas está presente também. A vontade de conhecer histórias de vida
diferentes e de poder compartilhá-las com os outros é constante. Mas arrisco dizer que o que me faz, a cada
dia, decidir pelo jornalismo vai além.
Sabe aquela ânsia quase infantil, aquele sonho de mudar o mundo?
Pois é... Clichê, ingênuo, utópico e todo meu.
É claro que, com o tempo, percebemos que não vamos mudar o mundo. No
entanto, podemos fazer o que está dentro das nossas possibilidades, o que está
ao nosso alcance para influenciar minimamente, nem que seja os que estão ao
nosso redor.
Reflito hoje e posso garantir:
ser jornalista não é só o meu trabalho, é uma das minhas ferramentas de
intervenção. É um dos canais que escolhi para buscar transformação. Apesar de
tudo o que vejo fazerem de errado em nome da minha profissão, eu quero
exercê-la da forma mais honesta possível e não quero jamais esquecer que o
interesse público deve prevalecer. Ser repórter é bem diferente do que nos dita
o mercado. Jornalismo é um serviço de caráter público e não algo inventado para
beneficiar e defender os direitos de poucos. E é isso que eu quero defender e é isso que eu tento perseguir
Convenço-me de que o que mais me
impulsiona é a utopia, é o sonho. Sonho de escrever, de
aprender, de contar histórias. Mas, principalmente, sonho de fazer diferente.
De fazer mais e melhor. Sou jornalista
por paixão. É através da minha atuação como
repórter, com dedicação, com entrega, com humildade, que eu
pretendo contribuir para a sociedade em que vivo. Parece ingênuo, bobo? Que seja..é a minha verdade!