tag:blogger.com,1999:blog-83390946835291035852024-02-07T16:26:49.564-08:00Ideias no TinteiroDaniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.comBlogger53125tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-37651023013198503772017-12-19T05:53:00.004-08:002017-12-19T05:56:24.467-08:00Existe democracia no Brasil?<div style="background: rgb(255, 255, 255); line-height: 100%; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #1d2129;">Nos últimos dias, vimos o presidente
(golpista) Temer se pronunciar sobre a falta de democracia na
Venezuela...E não, não é sobre a Venezuela que eu quero falar!</span></div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #1d2129;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129;"><div style="text-align: left;">
<span style="color: #1d2129;">Temer assumiu o governo do país após
orquestrar o impeachment de Dilma Roussef. Apesar de ser vice e de,
inclusive, ter assinado pedalas fiscais, seguiu ileso no processo. As
forças reacionárias do congresso nacional votaram a favor da
derrubada de uma presidente eleita sem que houvesse elemento jurídico
para tal. Escutamos, atônitos, os parlamentares justificarem seus
votos pelo conjunto da obra, por Deus e pelo fim da corrupção. E as
tais pedaladas fiscais, aquelas que serviram apenas de desculpa para
a derrubada do PT do poder, foram liberadas por lei pelo congresso
apenas dois dias após o impeachment
(</span><a href="http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/09/02/apos-impeachment-senado-transforma-pedaladas-fiscais-em-lei/">http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/09/02/apos-impeachment-senado-transforma-pedaladas-fiscais-em-lei/</a><span style="color: #1d2129;">).</span></div>
</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #1d2129;">Hoje temos um presidente que possui 95% de
rejeição. Mesmo após ser gravado tendo conversas pra lá de
duvidosas com o empresário da JBS, está de pé. Foi blindado. As
malas de dinheiro, as gravações, as delações, nada foi suficiente
para que os “representantes” do povo permitissem que Temer fosse
investigado. Aliás, diante de todos, vimos um presidente comprar
parlamentares com dinheiro público para se safar de possível
condenação. </span>
</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
Se nos governos de Dilma já estávamos sentindo a recessão e o
aumento do desemprego, se as controversas propostas de reformas e de
ajuste fiscal já apareciam, agora o ritmo dessas mudanças é outro.
Como um rolo compressor, vemos, dia a dia, a aprovação de medidas
que esmagam nossos direitos. Em pouco tempo, há retrocessos por
todos os lados. Alguns deles: PEC do teto dos gatos, lei das
terceirizações, reforma trabalhista, PDV para servidores públicos
federais, MP 759
(<a href="http://amazonia.org.br/2017/07/temer-anistia-grilagem-de-terras/">http://amazonia.org.br/2017/07/temer-anistia-grilagem-de-terras/</a>),
cortes de recursos que afetam a fiscalização do trabalho escravo no
país
(<a href="http://g1.globo.com/economia/noticia/fiscalizacao-do-trabalho-escravo-cai-e-verba-do-setor-termina-em-agosto-dizem-entidade-e-sindicato.ghtml">http://g1.globo.com/economia/noticia/fiscalizacao-do-trabalho-escravo-cai-e-verba-do-setor-termina-em-agosto-dizem-entidade-e-sindicato.ghtml</a>),
redução do orçamento das universidades federais
(<a href="http://cbn.globoradio.globo.com/especiais/universidades-em-crise/2017/07/10/UNIVERSIDADES-FEDERAIS-DO-PAIS-SO-TEM-DINHEIRO-PARA-PAGAR-CONTAS-ATE-SETEMBRO.htm">http://cbn.globoradio.globo.com/especiais/universidades-em-crise/2017/07/10/UNIVERSIDADES-FEDERAIS-DO-PAIS-SO-TEM-DINHEIRO-PARA-PAGAR-CONTAS-ATE-SETEMBRO.htm</a>)
e corte de bolsas de pesquisa
(<a href="http://www.anpg.org.br/cnpq-paga-45-menos-bolsas-de-mestrado-e-doutorado-em-2017-comparado-com-2015/">http://www.anpg.org.br/cnpq-paga-45-menos-bolsas-de-mestrado-e-doutorado-em-2017-comparado-com-2015/</a>).</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
A próxima tentativa do governo é a reforma da previdência, a sua
principal bandeira. Assistimos na mídia, rotineiramente, a defesa de
que essas ações são necessárias para o progresso do país, mas
não se fala sobre os questionamentos da real existência do déficit
(<a href="http://brasildebate.com.br/a-previdencia-social-nao-tem-deficit/">http://brasildebate.com.br/a-previdencia-social-nao-tem-deficit/</a>)
ou da dívida previdenciária das empresas (<a href="http://economia.ig.com.br/2017-02-21/previdencia-social.html">http://economia.ig.com.br/2017-02-21/previdencia-social.html</a>).
Os sacrifícios sempre são exigidos dos trabalhadores, enquanto o
lado mais forte continua a sustentar seus privilégios. E mesmo com a
rejeição da maior parte da população, o executivo não recua.
</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Isso tudo, reforço, representa um projeto político que perdeu nas
urnas em 2014. Essas mudanças tão impactantes são feitas sem levar
em conta o que a sociedade quer. Os parlamentares são, há muito,
representantes de seus próprios interesses. Aliás, representantes
dos interesses econômicos daqueles que os elegeram, através de
doações milionárias de campanha.
</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Assistimos a tudo meio atordoados, apáticos. A sensação é que não
há luz no fim do túnel. Parece que o sistema foi muito eficiente ao
nos fazer acreditar que não há alternativas. De mãos atadas, não
vemos opção. É preciso construí-la, mas a sensação é que
estagnamos diante de tanta desesperança.
</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
E eu poderia escrever muito mais, pois temos muitas mazelas. Vivemos
em um país de profunda desigualdade social. Existe uma parte do
Brasil que não tem perspectiva alguma em relação ao futuro. Um
país em que a maior parte da população sofre para ter acesso a
serviços básicos de saúde e educação, em que muitos nunca
tiveram a carteira assinada. O mesmo Brasil que sustenta castas como
a do judiciário e a do legislativo, que não têm vergonha de
ostentar seus ganhos astronômicos enquanto a maioria da população
vive em dificuldade. E tem gente que ainda insiste em defender a
meritocracia.</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Vivemos em um país em que as leis não são para todos. Alguns falam
em estado democrático de direito, mas pra quem mesmo ele funciona?
Aqui, como diria Humberto Guessinger, uns são mais iguais que os
outros, vide o caso do filho da desembargadora e o de Rafael Braga.
As prisões degradantes encarceram, em sua maioria, negros e pobres.</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Assistimos o prefeito da maior cidade do país acordar moradores de
rua com jatos de água. Nas periferias do Rio, um estado que sangra
por causa da corrupção e do descaso, bebês já morrem antes mesmo
de nascer, em meio a uma guerra civil em que não há vencedores. A
violência já não é mais privilégio da periferia, ela invade os
bairros de classe média, toma as ruas. E aquele direito de ir e vir,
existe mesmo? Aliás, e aqueles direitos que estão lá na nossa
constituição, existem mesmo? Pra quem? Temos liberdade e igualdade?</div>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Diante de tudo isso, volto ao início. Temer denunciou a falta de
democracia na Venezuela...mas e a nossa democracia, ela existe?
Aliás, ela um dia já existiu?</div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.14in; margin-top: 0.17in; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Escrito em 09/08/2017</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-35990233928891775452017-12-19T04:46:00.001-08:002017-12-19T05:51:31.926-08:00Eles sempre escolheram estar...<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Parece
banal, mas não é. Hoje meus pais foram me levar a Pelotas para
fazer uma prova.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Eu,
uma mulher de trinta anos, levada pelos pais para fazer um prova! Eu que sei dirigir, que estava com o carro na garagem, que poderia ter
ido até mesmo de ônibus. Eu que tenho a minha independência e que não precisaria tirá-los de Rio Grande para isso. Mas eles fizeram
questão. Eles sabem que não precisavam ir, mas quiseram me levar. Não era necessário, não era indispensável, mas eles foram.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E como se não bastasse, depois de quatro horas, quando saio com a
ideia de ir pegar o ônibus na rodoviária, escuto uma buzina: eram
eles. Eu sei que deve ter sido muito chato ficar esperando durante
quatro horas, mas a despeito de tudo, eles escolheram estar ali. E é
isso que eles sempre fizeram quando houve possibilidade: eles sempre
escolheram estar ali, eles sempre escolheram estar, durante todos
esses anos. E assim como eles me ensinaram tão bem, quero sempre
estar aqui pra eles. E espero que eles sabiam que apesar da
independência e de já ser adulta, a presença e o apoio deles
sempre serão fundamentais na minha vida.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.14in; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E
a prova? Eu nem sei se me saí bem, mas estou feliz. Sei que já
tenho tudo o que preciso nessa vida.
</span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.14in; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Escrito em dezembro de 2016</span></div>
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.14in; text-align: justify;">
<br /></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-50603631549479658382013-12-31T13:35:00.002-08:002017-12-19T05:47:29.962-08:00Meus pedidos para 2014<br />
Se eu tivesse o poder de mudar algo em 2014, os pedidos não seriam pra mim.<br />
<br />
Eu desejaria menos injustiça, menos descaso com os marginalizados. Menos marginalizados. Eu desejaria governos que quebrassem a lógica desse capitalismo selvagem que consome vidas e sonhos.<br />
<br />
Eu desejaria que a política não se transformasse em Grenal. Desejaria que nesse ano eleitoral a gente tivesse menos marketing, mais discussão ideológica. Desejaria que as pessoas tivessem mais interesse pela realidade do país, mas pra isso, elas precisariam ter uma educação crítica, que as ensinasse a pensar sobre o Brasil.<br />
<br />
Desejaria que 2014 fosse o ano da reforma política, do marco civil da internet, de pequenos avanços que demoram tanto a sair do papel. Gostaria que o clima de inconformidade visto em 2013 fosse amadurecido. Que as pessoas começassem a pensar o que, efetivamente, desejam de melhoria e que os brasileiros ocupassem os espaços de participação já existentes. E mais: que esses espaços se ampliassem, que houvesse mais mecanismos de democracia direta, de consulta popular.<br />
<br />
Que as pessoas percebessem que os políticos não são alienígenas. Que não nos esquecêssemos que eles fazem parte da sociedade que vivemos. Desejaria que muitos parassem de criticar a corrupção da camada superior, enquanto cometem seus pequenos deslizes, com o famoso jeitinho brasileiro. Que percebessem que a diferença de roubar lá em cima e de ser um funcionário público que leva material da instituição pra casa é só a oportunidade.<br />
<br />
E, principalmente, se eu tivesse o poder de mudar o mundo, eu despejaria muito amor. Amor é revolucionário. Amor transforma, amor olha pelo sofrimento alheio. O amor resolveria nossos problemas.<br />
<br />
Mas nesse novo ano, já que não posso mudar o mundo sozinha, eu desejo mudar o mundo ao meu redor. E desejo isso a cada um de vocês.Que cada um ame mais, reflita mais sobre suas ações e sobre seu papel na sociedade. Que cada um escolha ser uma ferramenta de luta pra um novo mundo possível. E que o conformismo e a apatia não anulem nossos objetivos e não façam parte do nosso 2014.<br />
<br />Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-37284951566776100302013-08-20T19:08:00.000-07:002017-12-19T05:43:34.267-08:00Por que ser jornalista?!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Às vezes, eu me pergunto o porquê
do jornalismo. O que me motiva a trabalhar? O que me impulsiona, o que me
fascina? O que faz com que eu me dedique muito mais do que as minhas obrigações
empregatícias?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembro que uma das minhas
motivações para a escolha do curso foi o gosto que tenho pela escrita e pela
leitura. Porém, ao ingressar na universidade e refletir ainda mais sobre a
minha profissão, percebi que aquilo não era, definitivamente, o que mais
importava. É claro que o ato de ler e escrever sempre estarão atrelados ao
jornalismo e é essencial gostar de se comunicar para exercer a atividade, mas é
bem mais que isso que está em jogo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A ideia de aprender e estudar
coisas novas está presente também. A vontade de conhecer histórias de vida
diferentes e de poder compartilhá-las com os outros é constante. Mas arrisco dizer que o que me faz, a cada
dia, decidir pelo jornalismo vai além.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sabe aquela ânsia quase infantil, aquele sonho de mudar o mundo?
Pois é... Clichê, ingênuo, utópico e todo meu.
É claro que, com o tempo, percebemos que não vamos mudar o mundo. No
entanto, podemos fazer o que está dentro das nossas possibilidades, o que está
ao nosso alcance para influenciar minimamente, nem que seja os que estão ao
nosso redor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Reflito hoje e posso garantir:
ser jornalista não é só o meu trabalho, é uma das minhas ferramentas de
intervenção. É um dos canais que escolhi para buscar transformação. Apesar de
tudo o que vejo fazerem de errado em nome da minha profissão, eu quero
exercê-la da forma mais honesta possível e não quero jamais esquecer que o
interesse público deve prevalecer. Ser repórter é bem diferente do que nos dita
o mercado. Jornalismo é um serviço de caráter público e não algo inventado para
beneficiar e defender os direitos de poucos. E é isso que eu quero defender e é isso que eu tento perseguir </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Convenço-me de que o que mais me
impulsiona é a utopia, é o sonho. Sonho de escrever, de
aprender, de contar histórias. Mas, principalmente, sonho de fazer diferente.
De fazer mais e melhor. Sou jornalista
por paixão. É através da minha atuação como
repórter, com dedicação, com entrega, com humildade, que eu
pretendo contribuir para a sociedade em que vivo. Parece ingênuo, bobo? Que seja..é a minha verdade!</span></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-60470989879600662592013-08-11T13:31:00.003-07:002013-08-11T13:31:41.161-07:00Meu paizão!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8339094683529103585" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, quando fui dar os parabéns pelo dia dos pais, a gente se abraçou e ficou pulando na cozinha. Sim, uma mulher de 27 anos e um senhor de 61, pulando em círculos na cozinha. E depois eu ainda subi nos pés dele e ele andou uns passos comigo cantando “ Bambalalão, senhor capitão, espada na cinta, sinete na mão!”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMyfUXOWLD4giH_TSm5EzcS3FdMmswSZ3M8zoTrpZawayiVo8MHjQnig1UI_f6QJAYHCYDMQQ18F2U8Tn5aKSHbMfwE4fcubTsEwqyx1bPEOxDba24quZ3aWARnDItR4-pkOk6WMzp9bjF/s1600/DSC00146.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMyfUXOWLD4giH_TSm5EzcS3FdMmswSZ3M8zoTrpZawayiVo8MHjQnig1UI_f6QJAYHCYDMQQ18F2U8Tn5aKSHbMfwE4fcubTsEwqyx1bPEOxDba24quZ3aWARnDItR4-pkOk6WMzp9bjF/s320/DSC00146.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tradicional? Não mesmo, meu pai não tem nada de tradicional. Para descrevê-lo, preciso fugir daqueles clichês que usam na escola.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando ainda não podia sair sozinha, levava-me aos shows. Lembro-me de um show do Papas na festa do mar em que ele dançava e cantava as músicas mais do que eu. No parque de diversões, quando eu era criança, ele andava comigo no enterprise, no Kamikase, na montanha russa. No supermercado, enquanto ele fazia compras de verdade, eu também fazia as minhas, pra minha casa imaginária. Quando saíamos andando pela rua, ele se escondia de mim e eu achava que tinha me perdido. Em seguida, reaparecia, com cara de criança arteira. Lembro-me de algumas vezes em que ele apertou a campainha de casas alheias comigo. Até hoje, simulamos um jogo de vídeo game no carro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele não brigava quando eu tirava nota ruim na escola, mas relembrava todo o conteúdo para poder me ensinar. Quando eu chorava, ele dizia que da próxima vez eu iria conseguir. Quando eu tinha pesadelos, ele me acalmava. Se eu estava triste ou com medo, ele me abraçava forte e eu me sentia segura. Não lembro de ter escutado uma palavra de desestímulo vinda dele. Pelo contrário, ele é meu fã em cada pequena vitória. Quando comecei a escrever, lia todos os meus textos. E se tenho um ouvinte que está sempre ligado no FM Café, esse ouvinte é ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em algumas situações, parecemos duas crianças. No verão passado, ainda tomamos banho de chuva. A gente fala bobagem, ele implica comigo e nos juntamos para implicar com a mãe. Fazemos piadas, rimos, de vez em quando dançamos pela casa. Ele vai ao cinema e ao teatro comigo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nunca consegui chamar meu pai de senhor. Nunca mesmo. Tem gente que não entende muito bem e acha que é desrespeito. Nas brincadeiras, eu tiro sarro da cara dele, chamo de monga e dou gargalhada, mas isso só acontece porque ele é meu amigo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando decidi ir estudar em Porto Alegre, não pensou duas vezes. Apesar da dificuldade financeira que é sustentar um filho em outra cidade, durante quase seis anos que estive lá, nunca ouvi uma reclamação. Pelo contrário, se faltava grana e eu me sentia culpada e ligava chorando, as repostas eram tranquilas, amáveis e amigas. Tudo em prol do meu sonho. E rindo dizia: “o que é um peido pra quem já está todo cagado?” (é, ele me ensinou a rir da vida...)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E depois de formada? A angústia do desemprego me deixava tão triste. Às vezes, sentia-me tão mal por recusar vagas que não tinham a ver com meu sonho. Nesses momentos, ele sempre foi o primeiro a dizer que eu poderia esperar mais um pouco, esperar por algo que não fosse de encontro aos meus ideais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meu pai talvez tenha sido o cara que mais me ensinou, ainda que não por palavras, como o machismo é idiota. Foi ele quem me ensinou que homem pode cozinhar, cuidar dos filhos, lavar louça, ajudar em casa. Foi ele quem me mostrou que homem também chora, diz eu te amo e é sensível. E foi ele quem me mostrou como se deve tratar uma mulher quando, por anos, dava-me flores e dizia que eu era especial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meu pai também me incentivou a ler. Toda vez que íamos à feira do livro, ele dizia: “pode escolher, livro não é gasto, é investimento!” Influenciou meus gostos e meu modo de ver o mundo. Se hoje eu tenho tanta vontade de mudar o que está errado, sei que isso vem dele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele é o cara que discute política comigo, que fica indignado ao ver as injustiças, que me incentiva nas minhas loucuras de querer fazer reportagens investigativas. Até hoje, eu leio pra ele algumas das minhas matérias antes de irem ao ar, porque a opinião dele sempre será importante pra mim. Se eu gosto de MPB, de samba, de bossa nova, é culpa dele. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E eu não herdei do meu pai somente os olhos e a boca grandes. Certa vez, em Porto Alegre, fui a uma loja comprar roupa e, quando sai, perdi a sacola. Liguei chorando, sentindo-me culpada por ter desperdiçado dinheiro. Ele, rindo, contou que uma vez tinha saído pra comprar uma calça jeans e esqueceu o pacote no cinema. Sim, a distração e o esquecimento são herança dele. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meu pai não é perfeito, eu sei disso. Mas os acertos e a dedicação superam qualquer defeito. Meu exemplo de honestidade, simplicidade, caráter, amor e respeito. Meu orgulho! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agradeço a Deus todos os dias por ter me dado esse pai,o melhor do mundo!</span></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-31991823151261838512013-08-04T19:02:00.002-07:002013-08-04T19:15:49.340-07:00Saudosa Lancheria do Parque<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, em uma conversa, um amigo
falou sobre a lancheria do parque, a
famosa "lanchera" da rua Osvaldo Aranha, em frente ao Parque da Redenção, em Porto
Alegre. Foi só eu escutar aquele nome que senti uma saudade imensa. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb-EZ4X_KfxYjMBIQohriwNEAdd-TQgUzuCUIImj_hTWbAn7zDlvmHXyBiruYdyDGU86f6rlb_A6rYrPjJdCDT2qSUJFXAPnuChomURDvi7F6h8vXoF6s5xl3ud88UhE8kLQqus0xRQ041/s1600/lancheria_externa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb-EZ4X_KfxYjMBIQohriwNEAdd-TQgUzuCUIImj_hTWbAn7zDlvmHXyBiruYdyDGU86f6rlb_A6rYrPjJdCDT2qSUJFXAPnuChomURDvi7F6h8vXoF6s5xl3ud88UhE8kLQqus0xRQ041/s320/lancheria_externa.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha1mOvmuV2kOaQfKBtRG6PrDlq9AZbhD-S1usz0D0UZP6UjUbU5F1XZX__zGtJqm0XS2tFqF29P2lGkCFpskxuFbxobdeixv70e5ZqrZnkCMjoCQP-JhY9-3EDtcRj3_pbCCVKGLiqg-Vo/s1600/2850-lancheria-do-parque-14_02_2007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha1mOvmuV2kOaQfKBtRG6PrDlq9AZbhD-S1usz0D0UZP6UjUbU5F1XZX__zGtJqm0XS2tFqF29P2lGkCFpskxuFbxobdeixv70e5ZqrZnkCMjoCQP-JhY9-3EDtcRj3_pbCCVKGLiqg-Vo/s320/2850-lancheria-do-parque-14_02_2007.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Geralmente, os casais têm recordações em locais bonitos, mais pretensamente românticos e aconchegantes. Mas
eu e o Edu adorávamos ir à lanchera. Se me perguntassem hoje os lugares que
fazem parte da nossa história, com certeza, esse estaria no topo da lista. Muitos dos nossos amigos nos encontravam lá.
Era canja no inverno, suco natural no verão, almoço
aos finais de semana. Sem falar dos xis e do cachorro quente. Acho que já
comemos de tudo ali.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lá, ainda servem café naqueles copinhos de vidro. Lá, dá pra ir de manhã bem cedo ou de
madrugada, depois da festa ou da academia. Outro detalhe que torna aquele lugar
ainda mais acolhedor são os garçons. Atenciosos, divertidos e falantes. Um deles, contou-nos a história do filho, que
era apaixonado por livros. Lembro que o Edu levou um de presente. Até hoje,
quando retorno , sou recebida com um sorriso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O modo como os garçons lidam com os pedidos me impressiona. O lugar
está quase sempre cheio e o vai e vem é constante. Ao atenderem as pessoas,
eles já saem gritando para os que ficam no balcão. Xis galinha pra cá, suco de
laranja pra lá, uma infinidade de pedidos confusos gritados pelos funcionários.
À primeira vista, parece desorganização. O curioso, no entanto, é que nunca
tive a experiência de ter um pedido esquecido ou trocado. Eles se entendem na
bagunça organizada, que já é característica marcante do local.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A lancheria do Parque é
sensacional. Talvez eu goste dela pela
capacidade que tem de agregar. Lá, já
encontrei artistas famosos, trabalhadores de terno e gravata e, também, pessoas
muito simples. Gente de tudo que é jeito, de todas as tribos. Sozinhos ou em grupos,
nas mesas ou nos balcões. A lancheria é
sinônimo de diversidade. É um dos ambientes mais democráticos que conheço.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Nas férias de setembro, já sei: um suco de limão natural e um xis galinha com os amigos pra matar a saudade de um dos meus locais preferidos na amada Porto Alegre.</span></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-2478116232879496922013-06-25T21:30:00.001-07:002013-06-25T21:30:54.904-07:00São José do Norte e o "progresso"<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Hoje foi um dia diferente. Dia de reflexão, de questionamentos, de aprendizado. Dia de conhecer histórias, de reforçar, pra mim mesma, a função social da profissão que escolhi. Dia de saber mais sobre uma realidade próxima, mas ao mesmo tempo desconhecida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Fui a São José do Norte, cidade vizinha de Rio Grande, separada apenas pela Lagoa dos Patos. Município com 25 mil e 500 habitantes, menor que o Cassino. Lugar que tem a economia baseada na pesca e na agricultura e que ainda tem em seu povo a simpatia e o acolhimento do interior.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Dizem que São José do Norte está recebendo o progresso. O estaleiro previsto para o local já começa a se instalar, será um gigante. A região do cocuruto, afastada da área central, começa a ter seu cenário modificado. O campo dá lugar aos maquinários. A tranquilidade dos moradores que vivem na beira da lagoa é trocada pelo vai e vem de operários e veículos. E isso é apenas o início. Início marcado pela demolição de muitas casas, pois o progresso não pode ser barrado. A indústria naval brasileira precisa crescer. E quem está no caminho não tem a história respeitada, é pedra de tropeço para o desenvolvimento.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
O terreno em que essas casas estão construídas pertence à União e, por isso, por mais que vivam lá há mais de cinco décadas, não existe possibilidade de terem a posse da terra. O fato é que por todo esse tempo lá moraram, a maior parte vivendo da pesca. Como quase todos os terrenos do norte, foram adquiridos sem escritura. Deixaram que fincassem suas raízes, que estabelecessem seus laços. Tudo bem, a terra é pública. Tudo bem, a indústria naval é importante. Mas eu pergunto: porque só agora dizem pra essas pessoas que a terra não é delas e que elas precisam sair? A resposta é simples: agora o interesse econômico se sobrepõe a qualquer trajetória de vida.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
E aí eu converso com pessoas que moram há 10, 20, 50 anos nessas terras. Eu sinto o quanto elas amam o lugar em que estão, o quanto pertencem aquele espaço. E eu vejo as máquinas e tento avistar o progresso. Mas eu falho nessa tentativa quando escuto Seu Pedro dizer que o seu terreno está com a família há cinco gerações. Eu sinto um nó na garganta quando ele diz que vive da pesca e não sabe o que fazer se for morar longe da lagoa.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Alguns moradores que vivem nessa região reclamam do valor da indenização que será paga pela empresa do estaleiro. Eles até entendem que devem sair, afinal, não querem barrar o tão prometido crescimento de São José do Norte. Porém, o valor que irão receber, dizem, não paga uma nova casa. Isso porque a especulação imobiliária por lá já chegou e a cidade sofre por falta de moradias. Os terrenos e as casas estão com preços exorbitantes.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Tudo bem, eu pondero. Talvez não se justifique deixar de construir um empreendimento desse porte por causa de algumas famílias. Às vezes, há de se usar a razão e não apenas o coração. Mas aí eu esbarro em outros poréns. O município é pobre. A população reclama da falta de médicos, do fechamento da maternidade do hospital, das obras do posto de saúde central e da hidrovia paradas, da infraestrutura das ruas, da falta de moradia. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
São José do Norte não tem rede de esgoto, não tem estradas decentes para escoamento de cargas, não tem uma boa travessia de lancha e de balsa. A possibilidade de aumento da arrecadação é visível através de impostos desse novo empreendimento, penso eu. Isso trará mais riqueza. No entanto, a administração municipal afirma que estuda a isenção parcial ou total de impostos por um bom período para que a empresa se instale. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Um município pobre, que não se planejou em temos de infraestrutura, que terá sua população, possivelmente, dobrada quando o estaleiro passar a operar, ficará sem arrecadação de imposto para reverter em serviços?</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Eu tento, eu juro, mas tenho dificuldade de enxergar o que vai ficar para São José do Norte. A minha impressão – que eu torço a todo custo para que esteja errada – é que a cidade sofrerá enormes e irreparáveis impactos sociais, culturais, ambientais. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;">
Isso é progresso? Sinceramente, não sei.</div>
</span>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-58454831585679374042012-12-27T03:36:00.000-08:002012-12-27T03:36:06.958-08:00Revolução<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Ela queria esquecer. Apagar tudo o que a fazia sentir medo. Queria uma revolução. E quando o vento soprou, foi até a janela. </span><br />
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Observou-o atenta. Forte, parecia levantar tudo o que estava em seu caminho. Decidido, mudava o que antes estava sossegado. Trazia reviravolta.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Respirou fundo. Desejou que o vento trouxesse a transformação. Com a força que carregava tudo por onde passava, que pudesse carregar também as dúvidas e dores já tão impregnadas em sua alma. Que pudesse arrancar pela raiz o medo e a desilusão. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Ela precisava de turbulência para, enfim, encontrar a calmaria...</span>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-68458344580188879112012-11-17T17:34:00.000-08:002012-11-17T17:41:10.587-08:00Sonhos sufocados<span class="userContent"></span><br />
<span class="userContent"></span><br />
<span class="userContent"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipvwXt8PBT4z0fxVpkePFlXIeMZ7UWWj2AqPTz46iK2m-0ckVCRXm027_ejZzoihMxFzwplI8ARrMFLFdXAbOOGDVtH9anpBsK5Lg6Ka_78ctKkcpBxnVvudhuVaPlEEGeZ0ZXhfvaed0S/s1600/sonhos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipvwXt8PBT4z0fxVpkePFlXIeMZ7UWWj2AqPTz46iK2m-0ckVCRXm027_ejZzoihMxFzwplI8ARrMFLFdXAbOOGDVtH9anpBsK5Lg6Ka_78ctKkcpBxnVvudhuVaPlEEGeZ0ZXhfvaed0S/s320/sonhos.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_50a839b5e07644168843132">
</div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
A menininha, com a pureza e a fé típica da infância, acreditava que tudo era possível. Ela sonhava alto. </div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
Não havia obstáculos para buscar o que desejava. Ela queria ser esportista e escritora. Queria mudar o mundo. A coragem e a ousadia infantil a enchiam de ânimo. Pequena, mas gigante.</div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
A menina cresceu. Esqueceu que queria ser escritora e esportista, era bobagem de criança. Precisava estudar e ganhar dinheiro.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
Mudar o mundo? Fazer diferença? Não havia mais tempo para as utopias juvenis. </div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
Exigências, dificuldades e desesperanças do mundo adulto a endureceram. Tornou-se insegura e medrosa, já não acreditava mais em sonhos. </div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
A pequena gigante havia se tornado uma mulher pequena.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-57687235276565202312012-09-15T22:26:00.001-07:002012-09-22T19:38:53.592-07:00O choro do recomeço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL4al9Vx5m01bkZ9JZEAFNz9r4GIrnXU80_lqPk9pPtwOtN_GJLvY2RCc_PqldleR4T3c2ihI37yWCPhUBzmUtbrPY0nsINzn3Ld8P7jsfMuvcXGd0OCz8GZOu5w0gZkj_rnTG3I6Uh6nY/s1600/choro.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL4al9Vx5m01bkZ9JZEAFNz9r4GIrnXU80_lqPk9pPtwOtN_GJLvY2RCc_PqldleR4T3c2ihI37yWCPhUBzmUtbrPY0nsINzn3Ld8P7jsfMuvcXGd0OCz8GZOu5w0gZkj_rnTG3I6Uh6nY/s320/choro.png" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><span class="userContent">A chuva se misturava às lágrimas. Eram lágrimas guardadas há tanto tempo; alívio. Fazia três anos que não chorava. Desde que ele tinha partido. Ela foi proibida de sofrer pela ausência.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><span class="userContent"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><span class="userContent"><br /> </span><br /></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><span class="userContent"><a name='more'></a><br /> E assim passou os anos: sufocada. Não se permitiu chorar. Não achava certo sentir saudades por alguém que a feriu. Jogou as fotos fora. Rasgou todos os bilhetes, doou os presentes. Tudo o que tinha a marca daquela união foi aniquilado. Aniquilado também foi o seu coração, fechado para qualquer possibilidade de cura e de recomeço.<br /> <br /> Por três anos tentou se enganar. Por três anos, fingiu não sentir saudade de quem outrora fazia seu coração cantar. E a cada dia desses três anos fingiu ser quem não era, fingiu não estar sentindo nada quando, a bem da verdade, sua alma urrava de dor.<br /> <br /> Mas naquele dia nublado e chuvoso, sombrio como sua vida, ela se observou diante do espelho. As marcas do que tentava encobrir eram nítidas em sua pele. Seu rosto havia se tornado sem brilho. Por alguns minutos, ficou olhando seu reflexo. Aos poucos, as lágrimas foram descendo. <br /> <br /> Quando se deu conta, estava aos prantos. Cada gota parecia desfazer o nó na garganta que a acompanhava por todos esses anos. Decidiu viver aquele luto negado. Ao perceber as sequelas daquele sufocamento, decidiu aceitar sua dor, sua angústia. Aceitou que, a despeito de todo mal que ele a havia feito, ela podia, sim, sofrer por seu abandono e desprezo. Ela tinha esse direito.<br /> <br /> Não imaginava o que as lágrimas poderiam lhe trazer. Em vez de tristeza, colocaram-lhe um sorriso. Era tão bom não precisar mentir mais. Era tão bom poder colocar pra fora aquele choro reprimido, culpado por três anos de dias não vividos.<br /> <br /> Saiu para rua. A chuva se misturou às lágrimas e ajudou a limpar a sua alma, a levar tudo aquilo que a impedia de ser feliz. Depois disso, sentiu uma vontade enorme de colocar um batom vermelho, pintar as unhas, arrumar os cabelos. Sentiu-se mulher novamente. <br /> <br /> Foi assim que aprendeu a não sufocar seus sentimentos. Foi assim que percebeu que o melhor era tentar compreende-los, por mais inúteis e injustos que eles pudessem parecer. Foi assim que se livrou do passado. E com isso se tornou ainda mais humana e percebeu que estava pronta para reconstruir cada sonho perdido.</span></span><br /></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">
</span>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-83509574520222246622012-04-12T06:58:00.001-07:002012-10-19T14:56:35.116-07:00Crescer...<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; font-family: inherit; font-size: 16px; text-align: justify;">Crescer, realmente, pode significar dar adeus a tanta coisa...</span>
</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitokV8Ect9CubaPD7_wRtevLWzO3S8wF6pH4P5AJB5M1gU28YVhtdZXiiLoeadQ_5747cjDVhub4usvahYyl5mno7yMX7MjQHUEXCFIBOs8qfdypnqjNtCrBy9pPvhAiJa77iAC80D_fz5/s1600/crescee.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitokV8Ect9CubaPD7_wRtevLWzO3S8wF6pH4P5AJB5M1gU28YVhtdZXiiLoeadQ_5747cjDVhub4usvahYyl5mno7yMX7MjQHUEXCFIBOs8qfdypnqjNtCrBy9pPvhAiJa77iAC80D_fz5/s320/crescee.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span><br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; mso-line-height-alt: 10.5pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"> No entanto, que esse adeus não seja dado
à capacidade de sonhar. Que crescer não signifique abandonar as utopias ao
longo do caminho. Que crescer não seja dar adeus a nossa ousadia infantil, que
nos faz crer no que parece impossível. Que os anos não nos tirem a coragem, que
eles não nos coloquem as inseguranças e os medos. Que crescer jamais seja
sinônimo de endurecer. Que o crescer não nos leve a perder a confiança no
próximo e a pureza. Que possamos, mesmo adultos, preservar as
brincadeiras, a diversão e a leveza da vida. Que os anos nunca sejam o motivo
para darmos adeus ao que nos, realmente, torna humanos e felizes. Que, para
esse espírito, nunca se diga adeus e, nem mesmo, até logo! </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-89597435973271752362012-03-19T15:53:00.000-07:002012-03-19T22:13:50.993-07:00Lembranças...<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quem já não olhou em direção ao astro
noturno e puxou um “Lua vai, iluminar os pensamentos dela...”? Ou se embalou ao
som de Marrom bombom? Pior: quem não chorou ou se lembrou de um "amor”, no auge
dos seus doze anos, escutando um lindo pagode? Tudo bem, até pode ser que você nunca tenha
tido esse duvidoso gosto musical (perdoem-me os que gostam), mas, certamente,
conhece alguém assim. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Urb7gtVrs6sNk3gn9tFCNWLRR4MKjcgj3WXA5VyZ76JBr3yDZeIJOJGnBkfiYTh_TSijUmuTQ7s7Yl-Agk4OkrlWsF1jhnqlR_ytvrTI_movq0pqjt7tS05m2WMKAvFya8Cyl6MdATLa/s1600/pagode.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Urb7gtVrs6sNk3gn9tFCNWLRR4MKjcgj3WXA5VyZ76JBr3yDZeIJOJGnBkfiYTh_TSijUmuTQ7s7Yl-Agk4OkrlWsF1jhnqlR_ytvrTI_movq0pqjt7tS05m2WMKAvFya8Cyl6MdATLa/s1600/pagode.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Já ouvi pessoas dizerem que todos
têm uma fase em que escutam pagode. A etapa aconteceria entre nove e 13 anos,
no fim da infância até o início da tal pré-adolescência. Generalizações à
parte, a minha fase pagodeira existiu. Tenho um amigo que insiste em dizer que essa é a grande mancha na minha biografia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vocês, algum dia, já pararam pra
pensar nas letras de pagode? Com algumas exceções, expressam a dor de cotovelo mais ferrada do
mundo. São as típicas músicas de corno! E as rimas: Coração com não, amor com
dor, céu com mel, sofrer com querer, quis com fiz e por aí vai. A lista da mais "pura poesia" é longa!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tem, também, os nomes dos grupos. Aqueles que querem passar a mensagem de “atrevidinhos”: Os Travessos, Só pra Contrariar, Jeito Moleque, Sorriso
Maroto. Os que fazem referência à raça
ou ao ritmo: Só no sapatinho, Raça Negra, Negritude Júnior. Mas, em minha
opinião, os piores são os que gostam de inventar palavras e colocar um K ou um
W no meio pra dar um efeito especial: Kiloucura, Katinguelê, Soweto, Karametade (!).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fitas do Raça Negra (aquele que
cantava com a língua presa), CDs do Negritude Júnior (cantor chorão Netinho) e
dos Travessos (Sorria!) fizeram parte da minha "excelente" biblioteca musical há uns 13
anos atrás. Sem falar das madrugadas musicais nas ondas da rádio Oceano FM,
escutando Love 97 – essa referência só os rio- grandinos entenderão. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mancha biográfica ou não, o fato é que essa
é aquele tipo de herança que você até pode tentar rejeitar. Você até pode mudar,
completamente, seu gosto musical, mas a marca fica. É só alguém largar uma
palavrinha daquele pagode mais xumbrega que você escutava para que, automaticamente, seu cérebro traga toda a letra à tona. Quer testar
pra ver se é verdade? Chegue perto de um ex-pagodeiro e diga “Inaraíiiiiiiiiii”
ou um “Você jogou foraaaa...”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esses dias eu estava relembrando os pagodes da
minha época em uma conversa na madrugada – o que me inspirou a escrever esse texto. Aí,
deparei-me com algumas músicas que nunca
mais tinha escutado e, mesmo assim, ao som das primeiras notas eu já saí cantando. Foi engraçado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pode até ser ruim, e eu,
particularmente, acho muito ruim. Uma bosta, com perdão da palavra. Mas essas músicas me
divertem e, arrisco dizer, que existe um lado bom e gostoso em cada uma daquelas letras melosas. Deve ser por que elas me
remetem a uma infância feliz. Estágios lindos. Doces lembranças de um
tempo em que a minha grande preocupação era fazer com que o melhor amigo da
escola entendesse que era o meu verdadeiro amor. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E em homenagem a isso, não podia terminar essa postagem sem colocar o vídeo da minha predileta. Deliciem-se! E se ficarem com muita saudade, tem show deles na Festa do Mar..! </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/8bAPYHUepTU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-80415486887427820092012-03-17T12:40:00.001-07:002012-03-17T14:01:47.933-07:00Amor é decisão!<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho aprendido, cada vez mais, que amor é decisão diária. Amor não é sentir frio na barriga ou calafrios. Não é somente atração física e está longe de ser paixão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjR7zwSoIxtZUridCKhP3dmYJpa8iDm5RCnsVrmaozbuPopP81Gn9Kefv6eQY4ZALu5pIVXsE3zVLgOPxXkHFG_TGfPBdPk8dx5c8ehRc-g1y-knsse63cODcqp2KSTsZaAyvUD_wWZSao/s1600/amor.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjR7zwSoIxtZUridCKhP3dmYJpa8iDm5RCnsVrmaozbuPopP81Gn9Kefv6eQY4ZALu5pIVXsE3zVLgOPxXkHFG_TGfPBdPk8dx5c8ehRc-g1y-knsse63cODcqp2KSTsZaAyvUD_wWZSao/s1600/amor.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor é escolha. Amar não significa que,durante a sua vida, não vão aparecer centenas de outras pessoas potencialmente interessantes. Amar não significa que você nunca mais vai encontrar alguém que seja atraente. Amar significa que, a despeito disso, você vai se manter fiel a sua escolha. Você vai decidir, a cada abrir de olhos, respeitar e cuidar de quem ama. Você vai escolher desfrutar e regar esse sentimento, para que ele não morra. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">
Amar não é ser prisioneiro, é ser livre. Não é sentir ciúmes, é dar asas para que o outro voe e, mesmo assim, escolha estar ao seu lado. Amar é aceitar que o outro precisa de espaço, precisa de amigos. É entender que o mais lindo de um relacionamento é a fidelidade, quando se tem liberdade de fazer o que quiser, mas não se faz, por respeito e por cuidado.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vão existir muitas pessoas bonitas. Existem diversas pessoas com que você terá afinidades. O ponto é que você precisa renunciar. Você precisa escolher que, a despeito das diversas possibilidades, é com ele que você quer dividir o seu tempo, a sua vida. É ele que você quer que esteja ao seu lado quando algo der certo ou quando você precisar de colo. E é a ele que você quer fazer feliz, através de pequenas atitudes diárias. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor não é depender do outro para ter felicidade ou para se sentir completo, é, pelo contrário, escolher alguém para compartilhar tudo isso . Amar não é escolher alguém para servir de muletas, é se doar. É estar mais interessado em dar que em receber. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amor é razão, é renúncia, é liberdade, é confiança. Amor é respeito, é parceria, é entrega. E isso independe de distância, de aparentes barreiras físicas. Depende, sim, de disposição e de coragem!</div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-21641472439318994612012-02-29T09:03:00.002-08:002012-04-03T12:06:24.485-07:00Máquinas?!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiulNAQhk1nQxrzuwc4HH2-x6coohhPvgNQ_69PggyD3lWN-o-FRxpghTaycSzLFtrifpeD3aqnK745PScrgiMiIGSGVoGXIgdNgi3P3kmJOl4bGbxDjRFl3y6n7_gMQn7hj_ypl4rqYoO1/s1600/blog+m%C3%A1quinas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="153" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiulNAQhk1nQxrzuwc4HH2-x6coohhPvgNQ_69PggyD3lWN-o-FRxpghTaycSzLFtrifpeD3aqnK745PScrgiMiIGSGVoGXIgdNgi3P3kmJOl4bGbxDjRFl3y6n7_gMQn7hj_ypl4rqYoO1/s200/blog+m%C3%A1quinas.jpg" width="200" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
É preciso correr. É urgente
decidir. Trabalhar. Estudar. Cumprir as tarefas estipuladas. Não há tempo para
o refletir, para o descansar. É imperativo produzir. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Não há espaço para inquietações,
sofrimentos e medos. As emoções verdadeiras, as dúvidas...é necessário escondê-las,
deixá-las trancafiadas em um compartimento qualquer da alma. Melhor fingir que não existem, afinal de contas, atrapalham a caminhada, tiram o foco e deixam transparecer pontos fracos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
É melhor dizer para o outro que está tudo bem quando
o corpo quer urrar de dor. Afinal, quem perguntou isso também está no
automático e, provavelmente, não pode parar para escutar as explicações
verdadeiras.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Máscaras. Vesti-las parece ser a
alternativa mais eficaz hoje. É mais indicado que os outros pensem que não existem
problemas. Ou que se é maduro o suficiente para enfrentá-los e que há uma
explicação racional e equilibrada para cada um deles. Quem demonstra fraqueza e
insegurança não é bom o suficiente. Não é bom para ter um emprego, não é bom
para se relacionar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mais triste é observar que essa
superficialidade, esse mascaramento constante, tem deixado a sociedade doente.
Doente porque não há como ser máquina.
Não há como estar alegre sempre. Não há como anular o cansaço, o desânimo,
as inquietudes e as incertezas da vida. Não há como viver sem sentir. Não há como viver em constante fingimento. Não há como obedecer essa lógica ilógica que exige, a cada dia mais, que o ser humano se distancie de tudo aquilo que é, essencialmente, humano.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-30671557524771399332011-12-11T11:33:00.000-08:002012-03-17T12:56:48.661-07:00Queria compartilhar bem mais que a saudade<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, queria sua presença física. Sei que está comigo, por onde quer que eu ande. Sei que, diariamente, faz questão de rechear minha vida com afeto, apesar da distância. Mas hoje eu queria que você estivesse aqui. Queria não precisar fechar os olhos para ver seu rosto. Queria não precisar olhar fotografias ou mesmo falar pela webcam. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwf3L5nLvWDCZ9rJfte9XmbDrKElJsXjC_9dmSrgjwfgnk0oGTju716imZNxGXPRWfE1bXByAhGOe-7hssNsykWjTiXfqtpRaRuWKmLJLfTAPb82auOt6HJAnTRgw1AIeC1R2eKpEUH7Cg/s1600/saudadeblog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwf3L5nLvWDCZ9rJfte9XmbDrKElJsXjC_9dmSrgjwfgnk0oGTju716imZNxGXPRWfE1bXByAhGOe-7hssNsykWjTiXfqtpRaRuWKmLJLfTAPb82auOt6HJAnTRgw1AIeC1R2eKpEUH7Cg/s1600/saudadeblog.jpg" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria sair por aí, de mãos dadas, explorando a cidade e conhecendo novos lugares. Tomar um café, sentar no solzinho da redenção. Conversar sobre as notícias, filosofar a respeito da conjuntura nacional e, logo em seguida, dar gargalhadas brincando de quem faz mais careta. Ver dos filmes mais alternativos aos mais bobinhos. Discutir sobre livros e poesia, mas também jogar stop ou cantar, porque rir com você é especial. E com você posso ser criança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria deitar minha cabeça no seu colo e contar meus anseios. Receber apoio através do abraço que me faz tão segura. Queria olhar nos seus olhos e compartilhar o silêncio sem constrangimento, pois com você posso me calar, posso chorar, posso ser eu mesma, sem máscaras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Queria poder me divertir com você hoje. Dividir cada alegria boba. Queria escutar suas piadas, suas histórias, pois adoro a sua criatividade e o seu senso-de-humor. Queria beijar você com toda a ternura e carinho. Queria que hoje pudéssemos compartilhar bem mais que a saudade. Mas saudade compartilhada é sintonia e, por você, vale a pena esperar...</span></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-13704150723427660822011-12-05T21:18:00.000-08:002012-03-17T13:00:11.587-07:00Recordações<div style="text-align: justify;">
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsTgaL2v39sYnyQPTVLrohZ32eO4R52kCEnnWGMteCePjBNclG66OgQg6gFp8n4MJIVG2sN9HUd1uMxiFOO77roaovyqH5iEKQnBnoXa0k9UcJP5JpLni7FqLCVqau68D6hJ8ecMZd5gt/s1600/recorda%C3%A7%C3%B5es.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsTgaL2v39sYnyQPTVLrohZ32eO4R52kCEnnWGMteCePjBNclG66OgQg6gFp8n4MJIVG2sN9HUd1uMxiFOO77roaovyqH5iEKQnBnoXa0k9UcJP5JpLni7FqLCVqau68D6hJ8ecMZd5gt/s1600/recorda%C3%A7%C3%B5es.jpg" /></a>Fui hoje, após mais de quatro meses, buscar minhas fotografias de formatura. Já em casa, enquanto procurava um álbum para coloca-las, deparei-me com alguns registros antigos em que, diferente dos atuais, meu avô paterno estava. Quando o vi , forte e saudável, as lágrimas foram inevitáveis. Atualmente, ele anda e fala muito pouco. Doente, empregadas se revezam para cuidá-lo, pois minha avó não têm condições de fazer isso sozinha. Apesar da tristeza, inevitáveis, também, foram as doces lembranças que rechearam minha mente. E é com o intuito de registrá-las que escrevo esse texto.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
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Enquanto minha avó era "saideira" e falante, ele sempre foi quieto e caseiro. A despeito das diferenças, formaram um casal exemplo de companheirismo. Construíram um relacionamento sólido, baseado no amor e na cumplicidade. Os frutos dessa união são três filhos e oito netos. Lembro-me que a casa deles era o lugar preferido da infância. Local de reunir os primos, brincar e provar comidas gostosas. Lá, tínhamos o quartinho dos netos e as pastas onde guardávamos nossos desenhos. Na hora em que acordávamos, meu avô trazia o café da manhã na cama para que pudéssemos assistir desenho. Detalhe que tínhamos até copos e pratos especiais: coloridos e feitos de plástico.</div>
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Meus avós dedicaram atenção e carinho imensos aos netos. Foi meu avô quem construiu a nossa casa na árvore. Eu achava genial ter uma, igual as que via nos filmes. Era ele quem nos divertia acendendo fósforo com os dedos do pé ou contando piadas. Orgulhoso, fazia questão de dizer que tinha os netos mais lindos do mundo. Cada vez que entrávamos lá, olhava-nos e registrava essas palavras, sempre com encantamento. </div>
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Reservado e quieto, porém, irreverente. Nas fotografias, propositadamente, nunca olhava na direção correta. Com senso-de-humor apurado, era engraçado por natureza, sem ser apelativo. Perspicaz e observador, inventava inúmeros trocadilhos e contava piadas sem rir. Uma das suas marcas registradas foi retirada por intervenção cirúrgica: uma verruga bem no meio da testa. </div>
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Terno, paciente, amoroso, inteligente, amigo. Talvez eu não tenha dito para ele, mas, além de tudo, foi um dos responsáveis pela minha paixão pela escrita. Mesmo sem ter terminado o ensino fundamental, lia muito e dominava o português. Com a máquina de escrever, estava sempre produzindo. Sabia as regras mais difíceis da gramática. Manejava as palavras com maestria. Fazia lindos poemas e era membro da academia rio-grandina de letras. Foi autor por, aproximadamente, trinta anos da coluna humorística “Pastel: o que é bom já nasce frito” no jornal da cidade.</div>
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Quando comecei a fazer meus primeiros rabiscos, pedia sua opinião. Incentivador, ele mostrava minhas poesias e textos aos amigos ou lia nas reuniões da academia de letras. Se tivesse algum erro gramatical, ensinava-me a regra. Como sabia que eu gostava de ler e de escrever, à medida que fui crescendo, ia me falando curiosidades sobre vírgula, semântica, sintaxe. Conversava, ainda, sobre literatura e jornalismo.</div>
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Ficou orgulhoso no momento em que eu disse que seria jornalista. Acompanhou minha mudança de Rio Grande para Porto Alegre. Meus avós investiram no meu sonho. Até hoje, ajudam-me financeiramente. E ao olhar as fotos da minha formatura e não encontrar meu avô, o coração dói. Queria ter dito o quanto ele influenciou a minha escolha profissional, o quanto foi importante na minha vida. Queria tê-lo por perto naquele momento tão especial. Queria que ainda estivesse com saúde. Ao mesmo tempo, contudo, sinto extrema alegria por ter um avô tão maravilhoso e divertido. Um avô que amou a família e se dedicou a ela e, junto a minha amada avó , deu-me o melhor pai do mundo.</div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-72367414605692199942011-12-01T18:09:00.000-08:002012-03-17T13:01:30.095-07:00Que tal um gostoso banho de chuva?!<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifKPT1OqGiins0gaDM_nvPBeYVI5e7LwzFuJxCRe_qMfW0O23yD4f2vQEsAjIzyOH_Psw15Quj2lISR4IDE2gVl0IM6qKG71HHEHFG4PIWF_Od6KRpzyS6UZ8AsUTlkwRrLKUiOHPVqKZy/s1600/banhoc+chuva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifKPT1OqGiins0gaDM_nvPBeYVI5e7LwzFuJxCRe_qMfW0O23yD4f2vQEsAjIzyOH_Psw15Quj2lISR4IDE2gVl0IM6qKG71HHEHFG4PIWF_Od6KRpzyS6UZ8AsUTlkwRrLKUiOHPVqKZy/s1600/banhoc+chuva.jpg" /></a></div>
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Hoje um amigo comentou que havia tomado banho de chuva e isso me fez recordar momentos únicos e muito felizes. Pensei nas inúmeras vezes em que, ao perceber a chuva, ia correndo trocar de roupa pra ir à rua: andar, pular nas poças e ficar embaixo das calhas esperando a água escorrer. Os telhados eram uma espécie de chuveirinho improvisado que eu amava! Também lembrei como é sensacional entrar no mar quando está chovendo. Recordei um hábito, talvez inusitado, que tinha: ficar na banheira do meu pátio quando chovia. É isso mesmo: banheira...existe uma muito antiga bem no meio do quintal da minha casa de praia!<br />
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Sou apaixonada por água. Ela esteve presente nas minhas brincadeiras preferidas da infância. Até hoje, quando vou à praia, fico durante horas, sem exageros, dentro do mar. Porém, percebi que nunca mais tomei banho de chuva. Pelo contrário. Agora, geralmente, eu corro dela. Sair só para tomar banho de chuva? Ficar caminhando, tranquilamente, enquanto ela começa a cair? O que antes era motivo de festa vira sinônimo de transtorno. A idade vai deixando a gente chato e sem tempo para "bobagens". </div>
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Mas meus pensamentos me levaram para além desse exemplo. Pensei em singelos prazeres e brincadeiras que vamos abandonando ao longo da vida. Por quê? Por que não se pode perder tempo, afinal, temos que estudar, trabalhar, correr atrás. Temos que garantir nosso lugar ao sol. Precisamos lutar e conquistar, com unhas dentes, nossa “felicidade”. Buscar, buscar e buscar. O parar e o desfrutar parecem sumir. Os momentos de relaxar,de ficar sem fazer nada, de conviver, de ver desenhos em nuvens, de olhar as estrelas ou, por que não, de brincar quase inexistem. E a nossa busca pela tal felicidade nos priva daquilo que mais nos faz feliz. Deixamos prazeres esquecidos e “engavetados” nas recordações da infância. </div>
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Definitivamente, não quero ser assim. Não quero deixar prazeres que me fazem bem e que podem ser repetidos serem apenas lembranças distantes. Não quero ver a criança que existe em mim ser engolida. E, por isso, aproveitando esse clima de ano novo, faço uma resolução: quero voltar a tomar um bom, demorado e relaxante banho de chuva nesse verão. Sentir a alegria ao deixar os pingos caírem pelo meu corpo. Dar risadas correndo e brincando de chutar as poças que se formam no chão. Ficar na rua para sentir o cheirinho gostoso de chuva e a sensação de renovação que ela dá. A propósito, aceito companhias...que tal um banho desses?!</div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-55099938698017848662011-11-13T19:22:00.000-08:002012-03-17T23:18:45.808-07:00Reencontrando-se na infância esquecida<div style="text-align: justify;">
Não sabia que rumo seguir. Estava confusa. O caminho em busca dos sonhos se mostrava tão penoso. Parecia mais fácil desistir e escolher o convencional. Não acreditava que seria capaz de ir em frente e essas inquietações, por vezes, faziam-na tremer.<br />
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Em meio a tantas dúvidas, em uma noite inesquecível, sonhou. Durante o sono, encontrou-se com uma menininha linda e feliz. Observou - a brincar com as bonecas, com o galo de estimação e com as roupas da mãe. Aquela criança com olhos negros e grandes foi se tornando conhecida. Aos poucos, percebeu que se tratava dela mesma: estava frente a frente com seu estado mais puro. Era sorridente e sonhadora, sem tantas incertezas e crenças limitantes que, ao longo da vida, tinha adquirido.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoyM6eWbQ8kF21vf1H_QYHBykiq-z5TAV2DQLA_V-eU_-n05TThyVjBKHvKFnJyYkf0m5rUwLAqNdeV3NOR2z9ATwS3XAe-061v3535HnT-kwHYmH1Whh-h9AdPqd9eZh8e2AgsWTOhNRO/s1600/crianaadulta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoyM6eWbQ8kF21vf1H_QYHBykiq-z5TAV2DQLA_V-eU_-n05TThyVjBKHvKFnJyYkf0m5rUwLAqNdeV3NOR2z9ATwS3XAe-061v3535HnT-kwHYmH1Whh-h9AdPqd9eZh8e2AgsWTOhNRO/s320/crianaadulta.jpg" width="320" /></a></div>
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Reviveu sonhos que, com o passar do tempo, haviam sido esquecidos. Pode perceber o quanto era amada e desejada pelos que estavam a sua volta. Viu como se divertia, mexia o corpo e falava sem parar no espelho. Assistiu à menininha, ainda com seus nove anos, escrevendo. Sentada na escrivaninha do quarto, ela lutava para encontrar uma ideia legal para o futuro livro. Viu, também, a menina nadando e acreditando que poderia ser uma esportista. Presenciou a criança nas peças teatrais e relembrou como não tinha medo de se expor. Pode ver como era segura ao dar aulas para prima mais nova, inventar brincadeiras, compor músicas e produzir programas de rádio.</div>
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Quando acordou, estava com um sorriso bobo na face. A mulher reencontrou na doce criança, comunicativa e expressiva, um pouco da coragem e da criatividade que estavam adormecidas. Depois disso, decidiu que não poderia frustrar a criança que havia sido. Decidiu seguir em frente. Recuperou a ousadia, a vontade e a alegria dos desejos infantis. Queria, novamente, ver o mundo através dos olhos inquietos da menina que nunca duvidou que era possível.</div>
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</div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-14431324937514958322011-11-09T11:05:00.000-08:002012-03-17T13:11:42.257-07:00O melhor trabalho do mundo!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há pouco mais de um mês, participei de uma seleção da Student Travel Bureau. Eram oito mil candidatos concorrendo a uma vaga do emprego dos sonhos: viagens para dez países e salário de cinco mil reais. Mal sabia eu que estava prestes a conhecer o melhor trabalho do mundo a poucas quadras de minha casa!</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj-5CRvRh35xp5Y7JZTt76P15U2bup9mb5qf2cZ1F1jmBzOnLKb6mBctiDP34o9jg2ruEBbjor703OnsQ6SciHSIur8hK7XTSN-oKkk6Z4Szc7hZDjQYL_cFXcH04fPBNttIDwuJMsSYXg/s1600/cancer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj-5CRvRh35xp5Y7JZTt76P15U2bup9mb5qf2cZ1F1jmBzOnLKb6mBctiDP34o9jg2ruEBbjor703OnsQ6SciHSIur8hK7XTSN-oKkk6Z4Szc7hZDjQYL_cFXcH04fPBNttIDwuJMsSYXg/s1600/cancer.jpg" /></a></div>
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<a name='more'></a><br /><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Na mesma época do processo de seleção da STB - no qual não fui classificada - decidi colocar em prática uma vontade antiga: a de reservar algumas horas do meu tempo para ajudar ao próximo. Comentei com um amigo desse desejo e ele me aconselhou a procurar o Instituto do Câncer Infantil - ICI. Procurei o lugar, conheci o funcionameto, participei de uma reunião para novos voluntários e comecei a trabalhar na área de recreação infantil na sede, todas as quartas-feiras pela manhã. No dia 19 de outubro, foi minha primeira quarta. Ingenuamente, saí de casa pensando que estaria fazendo o bem aos outros, mas foram só alguns instantes naquele lugar para perceber que eu seria a maior beneficiada. </span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De cara, conheci quatro crianças lindas. Cauã, de três anos e oito meses, é um menino arteiro. Corre, brinca e nunca se cansa. Nem parece que foi desenganado pelos médicos por causa de um câncer no cérebro quando era bebê. A imunidade ainda é baixa e na cabeça ficaram as marcas da cirurgia de retirada do tumor. Entretanto, após quimioterapia, radioterapia e operação, Cauã representa um milagre da vida para a mãe que, com fé, diz sempre ter acreditado na sua recuperação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Camila, de oito anos, é de Uruguaiana. Morena, cabelos bem compridos, parece uma boneca. Educada, pede para que eu a ajude a colocar músicas no youtube. Aproveito e apresento a ela a turma do balão mágico. Nesse dia, ela iria enfrentar uma bateria de 18 exames para saber se os cinco nódulos que têm próximo ao pescoço são cancerígenos. Diz, determinada, que se precisar fazer quimioterapia irá comprar uma peruca bem bonita. A mãe, ansiosa, chora por ter medo de perder o segundo filho – o outro morreu de hidrocefalia. As companheiras de luta a consolam, falando em Deus e ela demonstra, apesar da tristeza, confiança. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Guilherme, de dez, teve câncer na coluna e vem de Pelotas desde 2007 para fazer tratamento. Uma parte do tumor não pôde ser retirada, pois havia o risco de ficar paralítico. Por isso, ainda precisa cuidar muito para que a doença não se manifeste. Inteligente, ganha de mim na memória, ensina como devo ligar o videogame e ainda faz piadinhas com isso. Também pede para tirar uma foto comigo. A mãe dele transparece uma força e tranquilidade que me fazem encher os olhos de lágrimas. “Deus nos escolheu para sermos mães dessas crianças. Ele nos deu filhos especiais porque somos mães especiais”, explica para mim e para as outras mulheres.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A quarta criança que conheci no meu primeiro dia de trabalho foi Évelin, de onze anos. Essa não está acompanhada pela mãe, mas, sim, pela avó. Faz tratamento desde um ano e nove meses. Teve câncer entre os pulmões e hoje já está curada. Porém, têm inúmeros problemas respiratórios que precisam ser tratados com cuidado para que a doença não retorne. A vó reclama que a neta faz birra para tomar os remédios. O que percebo é uma pré-adolescente linda, com olhos grandes e verdes, que está cansada de tantos medicamentos e só deseja ter uma vida normal. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos outros dois dias, conheci Ágata, de 10 anos, e João Daniel, de 11. A primeira, inquieta, queria saber como funcionavam os brinquedos. A todo tempo, chamava pela “tia” para jogar algo novo ou ajudar a mexer em algum aparelho eletrônico. É ela quem me dá um presente: um coração pintado com aquarela em uma folha de ofício. “ Venceu uma leucemia. O pior já passou, agora é só acompanhar”, diz a mãe sorridente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O último é bem moreno e têm lindos olhos verdes Teve câncer em várias partes do corpo, fez duas vezes o tratamento de quimioterapia e é transplantado. Atualmente, está bem. É tão educado que preciso pedir para parar de me chamar de senhora. Conheci-o hoje, na terceira vez que fui ao ICI, e o nosso encontro foi mais do que especial. Isso porque, ao brincar com João Gabriel com uma espécie de lego, voltei a minha infância. Lembrei-me de quantas vezes eu havia desistido de montar brinquedos e, aos vinte e cinco anos, montei um cachorro e um robô. Também, quando João disse que não conseguia montar, enxerguei nele as minhas dificuldades e, sem pestanejar pude falar: “Você até pode demorar a montar, mas é inteligente. Tenho certeza que se você quiser, vai conseguir”. Falei a ele uma das frases mais difíceis para mim e, com um sorriso discreto, senti-me completamente satisfeita por estar naquele local.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Essas são algumas das experiências que pude viver em apenas três dias de voluntariado. Na sala de recreação – entre brinquedos, livros, televisão, videogames e fantasias – as crianças esperam pela consulta médica no Hospital de Clínicas ou pela hora de retornarem para casa com as vans da prefeitura de suas respectivas cidades. Junto a elas, brinco, dou gargalhas e tento ajudar para que esse momento de espera se torne menos sofrido. Tento, de alguma forma, transmitir o amor de Deus, através de abraços e palavras de carinho. Descubro em mim a criança escondida. Minhas manhãs de quarta se tornam mais doces e divertidas. Sento no chão, jogo e, entre uma brincadeira e outra, procuro dizer o quanto são especiais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quanto às mães, pensei que iria levar a elas um pouco de conforto. Para minha surpresa, fui apresentada a mulheres guerreiras que, com certeza, ajudaram-me muito mais. Eu, uma cristã, fiquei envergonhada com minha fé ao ver aquelas mães felizes falando das vitórias que Deus as havia concedido. O cansaço, muitas vezes, está visível em seus rostos, mas não há desânimo capaz de fazê-las parar de lutar. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Encontrei o melhor trabalho do mundo: o de servir. O que ganho não é dinheiro, são sorrisos. Ganho aprendizados que levarei para sempre. Ganho toda a felicidade que está incutida no ato de olhar para o lado, ao invés de focar no próprio umbigo. Aprendo que quando obedecemos ao mandamento de Deus de amar ao próximo, somos os mais presenteados, pois não há melhor maneira de sermos felizes. Não sei por quanto tempo trabalharei como voluntária no Instituto do Câncer Infantil, mas sei que quero ter responsabilidades como essa durante toda a minha vida. E em um papel na parede do meu quarto, coloco os nomes dos meninos e meninas que vou conhecendo para, antes de dormir, interceder a Deus por suas vidas, certa de que foi Ele quem me colocou ali.<o:p></o:p></span></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-11322520686634777882011-11-03T13:53:00.000-07:002012-03-17T13:18:32.366-07:00Palavras que fazem toda a diferença...<div style="text-align: justify;">
Nessa semana, uma ligação especial me fez chorar. Estou passando por uma fase diferente em minha vida. Começando uma nova etapa, elaborando projetos pessoais, tentando encontrar o meu caminho na área profissional. Nessas horas, costumo compartilhar minhas incertezas e minhas decisões com as pessoas que amo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Ns6bnuG2djluvgXKzp88hoGvUqGb-RgjanchAeHQHktCsANbZn8DD4VqN9-3HjoBKhq6vuXMNrqrE0WXepprVboO0I_R1GvOVjKmf45DYxfV5SbPvsux5HZr5ch1V-0msk4MajkIGCm0/s1600/minhavida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6Ns6bnuG2djluvgXKzp88hoGvUqGb-RgjanchAeHQHktCsANbZn8DD4VqN9-3HjoBKhq6vuXMNrqrE0WXepprVboO0I_R1GvOVjKmf45DYxfV5SbPvsux5HZr5ch1V-0msk4MajkIGCm0/s320/minhavida.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em uma das vezes, falei ao meu irmão mais velho dos sonhos que possuo e daquilo que eu sei que não quero para mim. Comentei sobre alguns concursos ou vagas de emprego que tinha decidido não me cadastrar. Ele, durante nossa conversa, alertou-me sobre a questão salarial e sobre a possibilidade de eu precisar aceitar trabalhos que fujam dos meus sonhos. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa conversa foi em Rio Grande, onde moram meus familiares. Voltei para Porto Alegre e, um dia depois, meu irmão me ligou. Ligou para pedir desculpa se, em algum momento, ele havia me desencorajado a lutar pelo o que eu queria. Disse que era para eu esquecer a grana, que isso não era o mais importante. Lembrou-me de que faz pouco tempo que me formei. Pediu para que eu continuasse firme, escolhendo aquilo que eu queria, perseguindo meus sonhos, mesmo que eles demorassem um pouco mais. Afirmou, ainda, que eu não precisava me sentir culpada por não querer um emprego se ele não estivesse dentro daquilo que é minha meta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez meu irmão não tenha ideia da dimensão desse pequeno ato. Talvez ele não saiba quantas vezes me senti culpada por não querer tentar um emprego com salário bom por não ser da área que eu gostava. Era como se eu me sentisse na obrigação de estar trabalhando, sem importar em que circunstâncias. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Chorei depois dessa ligação e, choro de novo ao escrever esse texto. De alegria. As palavras de meu irmão dizendo que eu deveria persistir me deram ainda mais ânimo. Senti extrema felicidade por saber que tenho ao meu lado pessoas que me apoiam incansavelmente. Pessoas que veem em mim um potencial que eu mesma não consigo ver. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
E é disso que vou tirar forças para lutar pelo que realmente quero. Confesso: às vezes sinto medo de não saber direito o caminho ou de não ter ousadia suficiente para percorrê-lo. Entretanto, com o tempo, isso irá ficar mais claro. Ou melhor, já está se tornando mais claro. Tenho em mim grandes sonhos e quero torna-los reais. E o essencial pra isso eu possuo: pessoas incríveis que estão junto comigo, vibrando com cada consquista e me ajudando a perseverar nas dificuldades.</div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-53852567745546743002011-11-02T16:43:00.000-07:002011-11-02T16:51:47.841-07:00Outra vez, a despedida<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O sorriso preso no rosto desde o dia do reencontro se esvaiu </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Transformando-se em lágrimas ao vê-lo ir.</span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> O ponto da chegada era, agora, o da partida.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quantas vezes havia vivido a mesma situação? <o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A dor, entretanto, era igual a da primeira despedida.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Voltou para casa, já sozinha.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Percebeu que, por onde passava, estavam as marcas daquela doce presença,</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Havia um pouco do perfume, do encanto, dos gestos, em tudo o que olhava.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Respirou fundo por alguns instantes...<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Sabia que era a hora de reaprender a conviver com a saudade, <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Precisava reorganizar o cotidiano com aquela ausência, <o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> E acomodar nos pensamentos as lindas lembranças de quem</span><br />
<span style="font-family: Arial;">novamente, ela iria começar a esperar.</span>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-51894243163448203282011-10-27T21:56:00.000-07:002011-10-27T21:56:33.983-07:00O que é poesia?!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Perguntaram-me o que era poesia. A indagação inesperada me fez ficar sem resposta por alguns instantes. Inicialmente, tentei explicar de maneira técnica, falei em rima e em métrica. No entanto, sei que nem todo o poema se propõe a ter essas duas características. Disse que era um texto curto. Uma inverdade, já que inúmeros são imensos. Um exemplo são os de natureza épica. Resposta insatisfatória. E a pergunta ficou a me martelar... </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Afinal, o que é poesia? </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É o entrelaçar de mão dos enamorados, o desenhar das nuvens no céu, a dança das árvores ao vento. É o beijo interrompido, o riso da criança, a dor transformada em lágrima. É, também, o sonho, a ilusão. As reticências, o que não foi vivido, os devaneios, a imaginação. Um apelo, a alegria de uma conquista. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A poesia é muito mais do que texto em verso: é expressão do que vai na alma. É um suspiro, exteriorização do interior. É um estado de espírito. É palavra viva. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>São poucos aqueles que têm a capacidade de fazê-la com destreza para, não só trazer à tona emoções, mas as tornar profundamente penetrantes.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E esse pequeno devaneio sobre o que é poesia me lembrou de uma que fiz há oito anos. Apenas uma tentativa, que hoje considero bem mais frustrada do que quando escrevi. Decidi postar - a despeito da qualidade - pois ela traduz, em singelas palavras, o desejo adolescente que tinha ( tal pretensão foi abandonada) <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de ter a sensível alma dos grandes poetas. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">EU QUERIA SER POETA...</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu queria ser poeta...</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para conseguir descrever lindamente</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A beleza de um ocaso</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E, com poucas frases,</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Falar da imensidão azul do céu</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E da magnitude das estrelas.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu queria ser poeta... </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para transformas as melancolias da vida,</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os obstáculos não ultrapassados,</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nas mais tocantes e emocionantes poesias.<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu queria ser poeta...<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para deixar a todos extasiados<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com um combinar de palavras<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em um soneto.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu queria ser poeta...<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para enxergar poesia<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nas mais singelas e corriqueiras<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Situações do cotidiano.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu queria ser poeta...<o:p></o:p></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para conhecer a arte de manipular as palavras<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Saber fazer o encaixe perfeito e, assim,<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Expressar os mais maravilhosos sentimentos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em apenas algumas linhas.<o:p></o:p></span>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-1795138246417402942011-10-21T18:10:00.000-07:002011-10-21T18:43:36.899-07:00Um grande desafio!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo começou em um dia que sai de casa em busca de uma história. Máquina fotográfica, gravador, bloco de anotações e caneta. Fui às ruas, com olhar atento, procurando personagens. Andei, andei e andei. Estava no final da Duque de Caixas, desistindo da empreitada, quando passei pela Garagem dos Livros. <o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O local fica em frente ao Gasômetro e ganhou visibilidade em setembro , pois abriga a obra da artista Élida Tessler pela 8º Bienal do MERCOSUL. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foi matéria na Zero Hora, nada de novo. Mas algo fez com que eu entrasse. Talvez o fato curioso de uma sapataria funcionar dentro do lugar ou, simplesmente, por ser um sebo e eu nutrir certo fetiche por livros. <o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fiquei encantada com o acervo. Se não bastasse a garagem, o corredor da casa tinha estantes cheinhas das mais variadas obras. Enquanto eu as olhava, João – o dono do sebo - aproximou-se e logo foi se apresentando. Ali, percebi que a minha saída em busca de uma história não tinha sido em vão. <o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Depois das primeiras palavras trocadas, tive a certeza que queria saber mais quem era João Machado, de 71 anos. Saber sobre a sua relação com os livros, sobre a sua vida e o que estava por trás daquele lugar. Não me interessava a bienal, assunto batido das matérias veiculadas sobre o sebo. Eu sabia que - obviamente -, a partir dos critérios de noticiabilidade aprendidos na sala de aula, o evento era o gancho jornalístico para se fazer a matéria. Pouco me importei, até porque eu não estava lá com nenhum compromisso de fazer uma reportagem. Eu só queria conhecer aquele senhor que despertou a minha curiosidade.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Apresentei-me como jornalista.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sem nada programado, sentamos e ficamos conversando por quase quatro horas. Entre um gole de café e outro, João discorria sobre sua vida. A cada fala, uma surpresa diferente e agradável. Eu aprendia sobre literatura e me deliciava ao perceber a sabedoria daquele homem ao relembrar as dificuldades de sua trajetória. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tanta informação, tanta curiosidade, tanto detalhe especial. Despedi-me com a promessa de voltar para terminar nossa conversa, sabendo que havia conhecido alguém com muito para compartilhar.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, após quase duas semanas, voltei à Garagem dos Livros. Mais detalhes me encantaram. Conheci o João poeta e declamador. Lá se foram quase quatro horas novamente. Deslumbrei-me com a capacidade que tem de se comunicar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A poesia dele é preciosa. Além disso, as palavras - quando não está declamando – também exalam beleza.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora, tenho um difícil desafio em mãos.<span style="mso-spacerun: yes;"> Após </span>dois encontros – com intervalo de quase duas semanas entre eles – possuo, aproximadamente, oito horas de entrevista para transformar em texto. Tenho a missão da edição. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É claro, que isso foi resultado da minha escolha.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu poderia ter limitado a conversa com entrevistado, poderia ter realizado perguntas objetivas que gerassem respostas sucintas. No entanto, preferi não determinar tempo para ir embora. Confesso que talvez tivesse sido melhor para meu trabalho ter programado perguntas e ter dado uma linearidade maior. Entretanto, estou certa de que um pouco da graça e da riqueza de nosso gostoso papo teria se perdido. <o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma dúvida é se, realmente, essa história irá interessar a alguém. Sem muitas pretensões, decidi, a despeito disso, escrevê-la, pois ela me fez lembrar o motivo de ter escolhido ser jornalista. Começo sabendo que a edição será ingrata, pois cada fala teve um significado especial. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Creio, porém, que a maior dificuldade será me despir de toda a linguagem jornalística supostamente objetiva e tentar traduzir, através de palavras, a poesia que permeou as falas e os gestos desse personagem encantador.<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: justify;"></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-38934923767316287942011-10-20T10:49:00.000-07:002011-10-20T11:06:57.803-07:00Direitos humanos para quem?!<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;"><span class="ecxcommentbody"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; line-height: 115%;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span></span></span></span></span></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;"><span class="ecxcommentbody"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; line-height: 115%;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;"><span class="ecxcommentbody"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; line-height: 115%;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"></span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black;"><span class="ecxcommentbody"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Tahoma","sans-serif"; line-height: 115%;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Fotos e vídeos de Muamar Kadafi ensanguentado circulam pela internet e são veiculados pelas redes de televisão mundo afora. Pessoas compartilham as imagens nas redes sociais e, com grande entusiasmo, comemoram a morte do ditador líbio, enquanto notícias afirmam que ele foi ferido e arrastado nas ruas pelas forças revolucionárias. Sob os gritos de “Deus é grande”, religiosos demonstram satisfação. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ao me deparar com as primeiras notícias, instantaneamente, lembrei-me da morte de Osama. Festejos mundiais, jornalistas quase eufóricos na televisão e a mídia norte-americana vibrante. Entretanto, pouco se comentou sobre o fato de os Estados Unidos terem invadido – sem autorização - o território paquistanês para matarem Osama. E mais: onde ficam os direitos humanos? Osama deveria ter sido preso e julgado, não assassinado. Ou matar é válido nesses casos? As leis podem ser ignoradas quando convém, somente por vingança? </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Não eram as pessoas que choravam pelos mortos do onze de setembro que defendiam a punição de Osama? Não são favoráveis aos direitos humanos os que lutavam pela queda de uma ditadura que subjugou o povo líbio por 42 anos? E por que a justiça e esses direitos não valem sempre? Paradoxalmente, os mesmos que defendem a não violência, são os que a comemoram. Empregam os mesmos métodos cruéis dos que abominam. Lutam contra a crueldade, ao mesmo tempo em que aplaudem o assassinato do ditador. Desse modo, sem exageros, os dois lados se igualam, pois utilizam a mesma arma.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div></span><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Matar um terrorrista ou um ditador não seria análago a cortar a</span><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;"> mão de quem roubou? Sei que muitos podem considerar absurda a comparação, mas as duas atitudes, no fundo, têm raíz no mesmo pensamento: aqui se faz, aqui se paga. É a famosa Lei de Talião voltando com toda a força: “olho por olho, dente por dente”. Vingança pura e </span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">simples, que não resolve absolutamente nada. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Não importa que sejam “os bons” matando “os maus”, uma execução não pode ser tolerada ou festejada em hipótese alguma. Não se pode abrir exceções para essa prática, por mais que nosso senso de justiça nos leve a ter, em alguns momentos, esse desejo. Nunca vou conseguir ficar feliz ao ver seres-humanos serem torturados e mortos.</span></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Nessas horas, o que mais me entristece é saber que a barbárie está por todos os lados. É usada pelo os que dizem querer combatê-la e não há contradição maior. Nada justifica a violência. Nada justifica a vingança. Se os direitos humanos existem e eu concordo com eles, luto para que se estendam a todos. Qualquer um tem o direito de se defender e de ser julgado, a despeito das brutalidades que tenha cometido.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></o:p></span></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span></div><div class="ecxmsonormal" style="line-height: 150%; margin: 1em 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;"> </span></div></span><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div></span><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div></span><div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div></span><br />
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;"></div>Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8339094683529103585.post-19949588887667680852011-10-18T20:34:00.000-07:002012-11-12T14:56:00.213-08:00Tolerância com o outro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoE598GrXGTvfzp9bkr0lS-Xd4XV9EM46eqHE_HvDJYXcTNVA7RRTXV1TJvpmj31AFqP2xDNwKfUtE4a7Xxg9BLPMFrrGu_Jx5T9kQP4QJ83of1ioVtPCuzF3VeX4gH8McYhnei1kUlDKR/s1600/tolerancia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoE598GrXGTvfzp9bkr0lS-Xd4XV9EM46eqHE_HvDJYXcTNVA7RRTXV1TJvpmj31AFqP2xDNwKfUtE4a7Xxg9BLPMFrrGu_Jx5T9kQP4QJ83of1ioVtPCuzF3VeX4gH8McYhnei1kUlDKR/s1600/tolerancia.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, ao voltar da minha aula de espanhol, fiquei observando, atenta, as pessoas que por mim passavam. Altas, baixas, magras, negras, loiras. Passei, então, a refletir sobre como somos diferentes, muito além das aparências físicas. Cada pessoa possui uma história, está inserida em determinado contexto social e político. Cada um têm opiniões e crenças formadas a partir do que recebeu ao longo da trajetória de vida. E dessa diversidade tão incrível, surge um dos maiores desafios da humanidade: o respeito e a tolerância ao diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A todo tempo, as inovações tecnológicas e científicas mostram o quanto somos capazes de ultrapassar limites. O processo de globalização nos conectou com diversas partes do mundo, com as mais destoantes culturas e línguas. A comunicação com qualquer parte do globo é quase instantânea. No entanto, ainda não aprendemos a olhar o outro. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Guerras e conflitos causados pela intolerância persistem. O imigrante, que busca uma vida melhor nos Estados Unidos ou nos países europeus, é culpado pelo desemprego e pela crise, alvo da xenofobia. O homossexual é espancado na rua. O nordestino – por ter hábitos diferentes do paulista ou do gaúcho – é tido como preguiçoso e burro. As generalizações toscas e apressadas dizem que todo pastor é ladrão, todo padre é pedófilo e todo mulçumano é terrorista.<o:p></o:p></span></div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os norte-americanos, que se intitulam a salvação para os problemas mundiais, invadem países para melhorá-los e levar a “verdadeira democracia”. O bairrismo dos rio-grandenses, tosco e irrefletido, insiste em aflorar, mas é baseado em uma história pra lá de feia, onde fazendeiros lutavam pelo direito de vender o seu charque e colocavam negros libertos para lutar na frente de batalha e para serem massacrados. O homem branco acha que os índios devem ser civilizados e pensa saber o que é melhor pra eles, querendo destruir com hidrelétricas o ambiente onde vivem há milhares de anos em harmonia com a natureza sem, ao menos, consultá-los.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O outro é sempre um estranho e não um igual. É mais fácil agredi-lo, recriminá-lo, ao invés de tentar compreendê-lo. O que não faz parte da nossa realidade, refutamos, consideramos inferior. Difícil olhar para o que nos aproxima, mais confortável julgar. Pensamos que podemos decidir o que é melhor para os outros. Até podemos crer em algo que temos a convicção de que é melhor para o mundo, mas querer impor essa crença é asneira.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lutar e argumentar pela defesa daquilo que acreditamos é válido. O problema é quando esquecemos que o outro não tem obrigação de ter o mesmo pensamento e, a despeito disso, devemos respeitá-lo e amá-lo. Não precisamos concordar, devemos é aprender a lidar com as diferenças.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> As relações interpessoais precisam ser pautadas pela solidariedade e pela igualdade e não pelo sentimento de superioridade. Não devemos impor o nosso ponto-de-vista a qualquer custo, mas tentar refletir e entender o ponto-de-vista do outro. E se permitir, até mesmo, repensar as nossas posições a partir do compartilhar. É assim, através da troca, que nos construímos como sujeito e só, assim, é que poderemos conquistar avanços realmente significativos para humanidade.</span></div>
Daniela de Bemhttp://www.blogger.com/profile/14787684395361710041noreply@blogger.com0