É preciso correr. É urgente decidir. Trabalhar. Estudar. Cumprir as tarefas estipuladas. Não há tempo para o refletir, para o descansar. É imperativo produzir.
Não há espaço para inquietações, sofrimentos e medos. As emoções verdadeiras, as dúvidas...é necessário escondê-las, deixá-las trancafiadas em um compartimento qualquer da alma. Melhor fingir que não existem, afinal de contas, atrapalham a caminhada, tiram o foco e deixam transparecer pontos fracos.
É melhor dizer para o outro que está tudo bem quando o corpo quer urrar de dor. Afinal, quem perguntou isso também está no automático e, provavelmente, não pode parar para escutar as explicações verdadeiras.
Máscaras. Vesti-las parece ser a
alternativa mais eficaz hoje. É mais indicado que os outros pensem que não existem
problemas. Ou que se é maduro o suficiente para enfrentá-los e que há uma
explicação racional e equilibrada para cada um deles. Quem demonstra fraqueza e
insegurança não é bom o suficiente. Não é bom para ter um emprego, não é bom
para se relacionar.
O mais triste é observar que essa
superficialidade, esse mascaramento constante, tem deixado a sociedade doente.
Doente porque não há como ser máquina.
Não há como estar alegre sempre. Não há como anular o cansaço, o desânimo,
as inquietudes e as incertezas da vida. Não há como viver sem sentir. Não há como viver em constante fingimento. Não há como obedecer essa lógica ilógica que exige, a cada dia mais, que o ser humano se distancie de tudo aquilo que é, essencialmente, humano.
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