segunda-feira, 19 de março de 2012

Lembranças...


Quem já não olhou em direção ao astro noturno e puxou um “Lua vai, iluminar os pensamentos dela...”? Ou se embalou ao som de Marrom bombom? Pior: quem não chorou ou se lembrou de um "amor”, no auge dos seus doze anos, escutando um lindo pagode?  Tudo bem, até pode ser que você nunca tenha tido esse duvidoso gosto musical (perdoem-me os que gostam), mas, certamente, conhece alguém assim.



Já ouvi pessoas dizerem que todos têm uma fase em que escutam pagode. A etapa aconteceria entre nove e 13 anos, no fim da infância até o início da tal pré-adolescência. Generalizações à parte, a minha fase pagodeira existiu. Tenho um amigo que insiste em dizer que essa é a grande mancha na minha biografia.

Vocês, algum dia, já pararam pra pensar nas letras de pagode? Com algumas exceções,  expressam a dor de cotovelo mais ferrada do mundo. São as típicas músicas de corno! E as rimas: Coração com não, amor com dor, céu com mel, sofrer com querer, quis com fiz e por aí vai. A lista da mais "pura poesia" é longa!

Tem, também, os nomes dos grupos. Aqueles que querem passar a mensagem de “atrevidinhos”: Os Travessos, Só pra Contrariar, Jeito Moleque, Sorriso Maroto. Os que  fazem referência à raça ou ao ritmo: Só no sapatinho, Raça Negra, Negritude Júnior. Mas, em minha opinião, os piores são os que gostam de inventar palavras e colocar um K ou um W no meio pra dar um efeito especial: Kiloucura, Katinguelê, Soweto, Karametade (!).

Fitas do Raça Negra (aquele que cantava com a língua presa), CDs do Negritude Júnior (cantor chorão Netinho) e dos Travessos (Sorria!) fizeram parte da minha "excelente" biblioteca musical há uns 13 anos atrás. Sem falar das madrugadas musicais nas ondas da rádio Oceano FM, escutando Love 97 – essa referência só os rio- grandinos entenderão.

Mancha biográfica ou não, o fato é que essa é aquele tipo de herança que você até pode tentar rejeitar. Você até pode mudar, completamente, seu gosto musical, mas a marca fica. É só alguém largar uma palavrinha daquele pagode mais xumbrega que você escutava para que, automaticamente, seu cérebro traga toda a letra à tona. Quer testar pra ver se é verdade? Chegue perto de um ex-pagodeiro e diga “Inaraíiiiiiiiiii” ou um “Você jogou foraaaa...”.

Esses dias eu estava relembrando os pagodes da minha época em uma conversa na madrugada – o  que me inspirou a escrever esse texto. Aí, deparei-me  com algumas músicas que nunca mais tinha escutado e, mesmo assim, ao som das primeiras notas eu já saí cantando. Foi engraçado.

Pode até ser ruim, e eu, particularmente, acho muito ruim. Uma bosta, com perdão da palavra. Mas essas músicas me divertem e, arrisco dizer, que existe um lado bom e gostoso em cada uma daquelas letras melosas.  Deve ser por que elas me remetem a uma infância feliz. Estágios lindos. Doces lembranças de um tempo em que a minha grande preocupação era fazer com que o melhor amigo da escola entendesse que era o meu verdadeiro amor. 

E em homenagem a isso, não podia terminar essa postagem sem colocar o vídeo da minha predileta. Deliciem-se! E se ficarem com muita saudade, tem show deles na Festa do Mar..! 









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