Lembro, como se fosse hoje, de quando decidi fazer jornalismo. A ideia trazia a necessidade de mudança. E mudar significava ficar distante das pessoas que mais amava, da cidade que cresci. Mudar para Porto Alegre era me distanciar de tudo o que representava segurança, amor e cuidado. Com dezoito anos, isso me causava medo, muito medo. Lembro-me de chorar no colo do meu pai dizendo que não queria sair de casa. Mas, mesmo diante desses sentimentos confusos, decidi enfrentar minhas inseguranças e seguir em frente. Foi aí que comecei a me preparar para o vestibular de jornalismo da UFRGS.
Dois anos de estudo árduo e dedicação. Abdiquei de passeios, tempo com amigos e com a família. Na primeira tentativa, fiquei muito nervosa e fracassei. Chorei muito. Só mais tarde pude perceber que Deus tinha o tempo certo. Ele sabia que eu precisava daquele ano para amadurecer e estar pronta para o que viria pela frente. Aos 20 anos, sai de Rio Grande em busca do meu sonho profissional. Lugar e expectativas novas, uma companheira de apartamento que eu não conhecia, novos professores, uma nova etapa.
Sem o barulho da família, sentia-me sozinha, morria de saudade das conversas com meus irmãos, de assistir filmes com meu pai, de passear com minha mãe. No início, senti muita falta de tudo. Dos amigos, da igreja que frequentava, dos pequenos detalhes. Não havia mais a comida prontinha na hora certa, a roupa lavada e a faxina feita. Agora, eu precisava desempenhar as tarefas domésticas. Precisava me preocupar em fazer compras, eu que nem tinha muita noção de quanto se gastava pra viver. Aos poucos, tornei-me mais independente.
A faculdade me deu a possibilidade de ter contato com leituras e visões de mundo diferentes. Transformei o meu olhar. Aprendi a ser mais crítica. O contato com pessoas que tinham ideias opostas às minhas me ensinou a ser mais aberta, mais tolerante. Com o tempo, fui descobrindo que amava o jornalismo e entendi que estava no lugar certo. Pude compreender a responsabilidade da minha profissão. Passei a acreditar que o jornalismo, se feito de maneira ética, pode vir a ser um canal de transformação e mobilização sociais, além de um estimulador do senso crítico e da reflexão.
Fiz amigos, daqueles que levarei para sempre. Conheci e passei a amar a cidade que escolhi para morar. A saudade não diminui, mas me acostumei a viver com ela. E mais: pude perceber que aquilo que realmente importa, mesmo longe, eu nunca perderia. As amizades verdadeiras e o amor de minha família seguiram comigo. Passei a dar mais valor e importância ao fato de ter tido uma vida saudável e feliz, ao lado de pais que me incentivaram e me amaram incondicionalmente. Percebi que meus irmãos eram os meus melhores amigos e que sempre estariam por perto. Estreitei meu relacionamento com Deus, que me deu conforto e paz nos momentos difíceis. Conheci meu namorado, o melhor amigo que, aos poucos e de uma forma tão natural, tornou- se meu amor.Quase cinco anos depois, quando penso em tudo que vivi e aprendi, tenho certeza que foi Deus quem preparou esse caminho que trilhei. Sou diferente e, graça a Ele, melhor.
Dois anos de estudo árduo e dedicação. Abdiquei de passeios, tempo com amigos e com a família. Na primeira tentativa, fiquei muito nervosa e fracassei. Chorei muito. Só mais tarde pude perceber que Deus tinha o tempo certo. Ele sabia que eu precisava daquele ano para amadurecer e estar pronta para o que viria pela frente. Aos 20 anos, sai de Rio Grande em busca do meu sonho profissional. Lugar e expectativas novas, uma companheira de apartamento que eu não conhecia, novos professores, uma nova etapa.
Sem o barulho da família, sentia-me sozinha, morria de saudade das conversas com meus irmãos, de assistir filmes com meu pai, de passear com minha mãe. No início, senti muita falta de tudo. Dos amigos, da igreja que frequentava, dos pequenos detalhes. Não havia mais a comida prontinha na hora certa, a roupa lavada e a faxina feita. Agora, eu precisava desempenhar as tarefas domésticas. Precisava me preocupar em fazer compras, eu que nem tinha muita noção de quanto se gastava pra viver. Aos poucos, tornei-me mais independente.
A faculdade me deu a possibilidade de ter contato com leituras e visões de mundo diferentes. Transformei o meu olhar. Aprendi a ser mais crítica. O contato com pessoas que tinham ideias opostas às minhas me ensinou a ser mais aberta, mais tolerante. Com o tempo, fui descobrindo que amava o jornalismo e entendi que estava no lugar certo. Pude compreender a responsabilidade da minha profissão. Passei a acreditar que o jornalismo, se feito de maneira ética, pode vir a ser um canal de transformação e mobilização sociais, além de um estimulador do senso crítico e da reflexão.
Fiz amigos, daqueles que levarei para sempre. Conheci e passei a amar a cidade que escolhi para morar. A saudade não diminui, mas me acostumei a viver com ela. E mais: pude perceber que aquilo que realmente importa, mesmo longe, eu nunca perderia. As amizades verdadeiras e o amor de minha família seguiram comigo. Passei a dar mais valor e importância ao fato de ter tido uma vida saudável e feliz, ao lado de pais que me incentivaram e me amaram incondicionalmente. Percebi que meus irmãos eram os meus melhores amigos e que sempre estariam por perto. Estreitei meu relacionamento com Deus, que me deu conforto e paz nos momentos difíceis. Conheci meu namorado, o melhor amigo que, aos poucos e de uma forma tão natural, tornou- se meu amor.Quase cinco anos depois, quando penso em tudo que vivi e aprendi, tenho certeza que foi Deus quem preparou esse caminho que trilhei. Sou diferente e, graça a Ele, melhor.
Mas hoje, a quase dois meses de fechar essa etapa tão linda da minha vida, sinto novamente o medo da mudança. Após a formatura, serão rumos diferentes a seguir. Mais uma vez, importantes decisões a tomar. Será que conseguirei realizar meus sonhos profissionais? Ou serei uma eterna frustrada, com minhas utopias de fazer um jornalismo diferente, mais humano e responsável? E o primeiro emprego? Vou continuar em Porto Alegre?
Em meio a tantas dúvidas, só há uma certeza: vou lutar para que esse friozinho na barriga frente ao novo nunca me paralise. Quero viver os planos que Deus tem pra mim. Quero me esforçar para desempenhar um papel relevante na sociedade da qual faço parte e me satisfazer com a profissão que amo. Não quero ficar na zona de conforto. Os medos fazem parte, mas quero encará-los com coragem. Sei que ainda preciso de muitas mudanças para chegar onde desejo. Então...que elas venham! E que eu tenha perseverança e ousadia para vencer os obstáculos e humildade para reconhecer quando errar. E, principalmente, que durante o percurso, eu nunca abra mão dos meus princípios e da minha fé.
Em meio a tantas dúvidas, só há uma certeza: vou lutar para que esse friozinho na barriga frente ao novo nunca me paralise. Quero viver os planos que Deus tem pra mim. Quero me esforçar para desempenhar um papel relevante na sociedade da qual faço parte e me satisfazer com a profissão que amo. Não quero ficar na zona de conforto. Os medos fazem parte, mas quero encará-los com coragem. Sei que ainda preciso de muitas mudanças para chegar onde desejo. Então...que elas venham! E que eu tenha perseverança e ousadia para vencer os obstáculos e humildade para reconhecer quando errar. E, principalmente, que durante o percurso, eu nunca abra mão dos meus princípios e da minha fé.