“Carta capital expõe claramente a sua preferência, ao contrário de quem afirma isenção e eqüidistância para confirmar a aposta na parvoíce da platéia”, afirma o jornalista italiano Mino Carta no editorial da revista dessa semana a respeito da preferência do impresso por Lula frente a Serra. Achei de muito bom gosto. Sinceridade com o leitor e não dissimulação.
Eu comecei a assinar Carta Capital, muito criticada por alguns pelo seu posicionamento mais a esquerda. O fato é que o editorial dessa semana do jornalista Mino Carta fez com que eu passasse a respeitar ainda mais a revista. Além de fazer um jornalismo sério, comprometido com a análise e com o aprofundamento dos temas que se propõe a trabalhar em suas reportagens, não tenta ampliar seu mercado consumidor com o tal ideal picareta de jornalismo imparcial.
Não acredito em jornalismo isento, em mídia imparcial e objetiva, idéias que muitos veículos de comunicação ainda insistem em defender. Não dá pra acreditar nisso e tenho certeza que já foi o tempo em que o público engolia essa máxima. Assim como qualquer indivíduo, o jornalista também tem seus valores e seus princípios. No momento de relatar um fato, fazer uma reportagem, ele não conseguirá se despir de tudo aquilo que constitui o seu caráter e suas crenças para realizar um jornalismo objetivo. Sem falar ainda que, para além de sua subjetividade, o jornalista está submetido à política editorial de uma empresa.
Quando alguém observa um acontecimento, há muito mais que dados factuais. Cada um verá o fato de uma maneira diferente, conforme a sua subjetividade. É claro que com isso não estou defendendo a relativização. Sei que apesar de não existir nenhuma possibilidade de imparcialidade no relato jornalístico, é preciso que haja a busca por isso, chegando-se o mais perto da fidelidade e da objetividade, por que se não vira zona e a incapacidade do total distanciamento se torna uma desculpa para se fazer um jornalismo antiético. Mas esse é outro assunto no qual não vou me deter agora, pois dá muito pano pra manga e daria pra escrever outro texto.
Eu comecei a assinar Carta Capital, muito criticada por alguns pelo seu posicionamento mais a esquerda. O fato é que o editorial dessa semana do jornalista Mino Carta fez com que eu passasse a respeitar ainda mais a revista. Além de fazer um jornalismo sério, comprometido com a análise e com o aprofundamento dos temas que se propõe a trabalhar em suas reportagens, não tenta ampliar seu mercado consumidor com o tal ideal picareta de jornalismo imparcial.
Não acredito em jornalismo isento, em mídia imparcial e objetiva, idéias que muitos veículos de comunicação ainda insistem em defender. Não dá pra acreditar nisso e tenho certeza que já foi o tempo em que o público engolia essa máxima. Assim como qualquer indivíduo, o jornalista também tem seus valores e seus princípios. No momento de relatar um fato, fazer uma reportagem, ele não conseguirá se despir de tudo aquilo que constitui o seu caráter e suas crenças para realizar um jornalismo objetivo. Sem falar ainda que, para além de sua subjetividade, o jornalista está submetido à política editorial de uma empresa.
Quando alguém observa um acontecimento, há muito mais que dados factuais. Cada um verá o fato de uma maneira diferente, conforme a sua subjetividade. É claro que com isso não estou defendendo a relativização. Sei que apesar de não existir nenhuma possibilidade de imparcialidade no relato jornalístico, é preciso que haja a busca por isso, chegando-se o mais perto da fidelidade e da objetividade, por que se não vira zona e a incapacidade do total distanciamento se torna uma desculpa para se fazer um jornalismo antiético. Mas esse é outro assunto no qual não vou me deter agora, pois dá muito pano pra manga e daria pra escrever outro texto.
Apesar de eu me simpatizar com a esquerda, confesso que o que me faz assinar essa revista não é isso. O que me fez escolher ela a Veja, Época ou IstoÉ, é a superioridade na qualidade da informação e a sinceridade para com o leitor. Acho que isso dá credibilidade à revista, pois todos que a estiverem lendo já saberão quais são as idéias que ela defende. E o mais importante: isso não a impede de fazer jornalismo. Esse posicionamento não faz com que o foco da revista seja o ataque ferrenho ao tucanato e a puxação de saco de Lula. Até por que nessa mesma edição a revista traz uma reportagem sobre a Bancoop e uma uma forte crítica a Lula com relação à desigualdade de tratamento do governo com as prisões do italiano Cesare Battisti e dos dissidentes cubanos em greve de fome. Acredito que esse seja o caminho para a prática de um jornalismo comprometido com o interesse público, objetivo primeiro da profissão que parece já ter sido esquecido pela maioria dos que a exercem.
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